BVA iria para endereço luxuoso
No mês em que sofreu a intervenção do Banco Central – em outubro -, o banco BVA tinha planos de mudar de endereço. A instituição, controlada por José Augusto Ferreira dos Santos, pretendia ocupar um andar do conjunto de escritórios Pátio Victor Malzoni, na avenida Brigadeiro Faria Lima, nº 3.477, principal corredor financeiro de São Paulo.
Recém-inaugurado, o complexo é considerado um dos mais luxuosos da cidade de São Paulo, com o aluguel em torno de R$ 200 por metro quadrado. O valor é considerado o topo do preço para imóveis corporativos.
Entre os inquilinos mais notáveis que o Victor Malzoni recebe estão o banco BTG Pactual e o Google. Funcionamento 24 horas – inclusive dos restaurantes-, vagas com tomadas para carros elétricos e recepcionistas bilíngues são algumas das inovações do prédio.
Agora, já sob intervenção, os planos de transferência do BVA foram abortados, principalmente por causa do custo elevado do aluguel. Mas não é só isso. Com o seu futuro ainda bastante incerto, que pode acabar na liquidação, banco também está revendo a ocupação de todos seus endereços.
O BVA fica hoje em dois andares, o 2º e o 7º, do nº 3.900 da Faria Lima. Além disso, tem um outro piso na rua Funchal, nº 418, na Vila Olímpia, endereço que também é ocupado por outro banco recentemente liquidado pelo Banco Central, o Cruzeiro do Sul.
O Valor apurou que o BVA está concentrando suas operações – já encolhidas desde a intervenção no dia 19 de outubro – apenas no 2º andar da avenida Faria Lima. Os demais escritórios estão sendo desocupados.
O destino do mobiliário ainda é incerto. Mas um anúncio no site Sold, de leilões, mostra que em breve um lote de móveis do BVA deve ser leiloado. Essa é a mesma empresa que vem fazendo a venda dos bens do Cruzeiro.
Mesmo sob intervenção, bancos podem vender ativos com autorização do Banco Central. O processo é coordenado e definido pelos próprios interventores da instituição.
O novo endereço, no complexo Pátio Victor Malzoni, também tinha acabado de ser todo decorado pelo BVA. Agora, como a mudança foi frustrada, os móveis podem também ser leiloados ou até vendidos para o novo ocupante do escritório.
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