Ministério Público Federal deve pedir condenação dos 17 investigados do Cruzeiro do Sul

O relatório final do inquérito da Polícia Federal sobre o rombo de R$ 1,35 bilhão no Banco Cruzeiro do Sul, no qual foram indiciados 17 investigados – inclusive os ex-controladores da instituição, os banqueiros Luís Felippe e Luís Octávio Índio da Costa – é a base da denúncia criminal que o Ministério Público Federal vai apresentar à Justiça com pedido de condenação de todo o grupo.

Além dos Índio da Costa, pai e filho, a PF indiciou Maria Luísa Garcia de Mendonça, diretora da contadoria do banco, Horácio Martinho Lima, superintendente de operações e contratos de empréstimos consignados.

Os outros 13 investigados são: Afonso Burlamarqui, Álvaro Otero, Guilherme Otero, Amadeo Azambuja, Armando Burlamaqui, Fábio Meyer, Flávio Ritman, José Jacinto Sobrinho, Marcelo Xandó e os diretores do banco, Márcio Dreher, Roberto Valente (do setor de informática), Roberto Costa e Sérgio Capela (diretor de consignados).

Foram indiciados laranjas que atuaram como intermediários para operações que levaram o Cruzeiro do Sul à ruína e causaram danos a centenas de investidores e clientes. O Ministério Público Federal deverá requerer à Justiça Federal alienação antecipada de todos os bens dos suspeitos, confiscados no curso da investigação.

O inquérito foi conduzido por um especialista em investigações sobre crimes financeiros, o delegado Milton Fornazari Junior, da Delegacia de Repressão a Ilícitos Financeiros (Delefin).

A PF enquadrou os 17 do Cruzeiro do Sul por crimes financeiros, gestão fraudulenta de instituição financeira, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, manipulação de ações na Bolsa de Valores e na gestão de fundos de investimentos. O inquérito foi instaurado em junho, após o recebimento de informações do Banco Central sobre fraudes contábeis no Cruzeiro do Sul.

O relatório destaca a atuação de um advogado do Rio de Janeiro que atuou como “operador”, adquirindo ações do Cruzeiro do Sul para manipulação no mercado. A PF argumenta que os Índio da Costa coordenavam uma entidade de músicos do Rio que faziam empréstimos consignados a seus associados. Outro indiciado era de empresa que comprava e vendia ações do banco. Luís Felippe e Luís Octávio teriam sido sócios dessa empresa.

O criminalista Roberto Podval, que defende os ex-controladores do Cruzeiro do Sul, declarou que a partir do momento em que os autos chegarem à Justiça será possível mostrar que as suspeitas que pesam sobre eles não procedem. /FAUSTO MACEDO

Fonte: O Estado de S.Paulo