BNP Paribas quer dobrar receita com risco-Brasil
O banco de capital francês BNP Paribas está lançando na China seu “Brazilian Desk”, com o objetivo de vender produtos de tesouraria, de câmbio, juros e ações relacionados ao risco-Brasil, afirma o presidente do banco no Brasil e o responsável pelo banco de investimento na América Latina, o francês . “O interesse do investidor externo pelo país é crescente e as eleições presidenciais não alteram em nada essa realidade”, afirma.
O banco quer se aproveitar desse movimento e tem como meta dobrar sua receita relacionada ao risco-Brasil. No exterior, a receita com ativos brasileiros e prestação de serviços para companhias do país chega a US$ 100 milhões em 12 meses. Em 2009, o BNP Paribas teve receita total de R$ 568 milhões no país e resultado operacional de R$ 460 milhões, chegando ao lucro líquido de R$ 250 milhões. Em 2010, o resultado operacional foi de R$ 199,355 milhões no primeiro semestre, um aumento de 38% na comparação com os R$ 143,836 milhões do período em 2009.
Para atingir esse objetivo, o BNP Paribas está relançando no Brasil a plataforma de derivativos de ações negociadas na bolsa brasileira. “São soluções de cobertura de risco sob medida”, explica Bazire. O executivo confirma que está em negociações avançadas para a compra ou parceria com uma corretora no país que atue junto aos clientes institucionais mas que também ofereça os serviços de “home broker”. Ou seja, de corretagem para a pessoa física no varejo. “Olhamos várias empresas e, ao que tudo indica, deveremos ter um anúncio do negócio até o final do ano”, diz ele, sem querer revelar nomes.
O banco também está reforçado seu time de financiamento para o setor de “soft commodities”, como soja e etanol. A custódia de ativos brasileiros no mercado interno está entre as novidades que o BNP Paribas pretende inaugurar no início de 2011. Inicialmente, a ideia é oferecer esse serviço somente para estrangeiros. Mas, depois, ele poderá ser ampliado para o investidor local.
Com novas áreas de atuação, o BNP Paribas tem contratado muita gente e também optou por trazer inúmeros executivos de fora do país, alguns deles franceses e outros, brasileiros. Uma delas é a brasileira Marcia Rothschild, que vai comandar a área de custódia. “O mercado financeiro está muito aquecido e não é fácil encontrar no país profissionais qualificados para atuar nas áreas que desejamos”, diz Bazire. Por outro lado, estrangeiros ou brasileiros que trabalham no próprio BNP em outros lugares do mundo têm ampla experiência nas áreas novas de atuação no Brasil e têm mostrado interesse em vir participar desse momento de crescimento econômico no país, explica o executivo.
Segundo Bazire, depois do crescimento do total de funcionários do banco neste ano de 15%, para 450 pessoas (considerando-se estagiários), a ideia é ampliar esse total em mais 25% até o final de 2013, afirmou.
O BNP Paribas tem forte atuação no mercado de empréstimos externos sindicalizados – está entre os mais fortes neste ano no país – e tem conseguido realizar transações importantes de assessoria e vendas de eurobônus no exterior para empresas brasileiras, depois de ampliar o time no Brasil e em Nova York. Recentemente, o banco ampliou também seu time de fusões e aquisições e a tesouraria para a América Latina.
Fonte: Cristiane Perini Lucchesi, Valor Economico