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Bancos britânicos reduzem empréstimo interbancário

Os bancos britânicos reduziram sua exposição de crédito a bancos das regiões periféricas da zona do euro em 25% em apenas três meses, por causa do agravamento das preocupações com a crise no continente europeu.

Segundo dados compilados pelo “Financial Times”, os quatro maiores bancos do Reino Unido reduziram os volumes de empréstimos interbancários em mais de 24%, para 10,5 bilhões de libras, nos três meses encerrados em setembro, num reflexo do grande aumento do nervosismo em relação aos bancos de todo o sul da Europa. As maiores reduções ocorreram nos empréstimos a bancos gregos e espanhóis, numa sequência a padrões anteriores, mas a novidade é que houve uma queda nos empréstimos a bancos italianos.

O HSBC, o maior provedor de crédito a outros bancos, foi o que reduziu mais sua exposição, com um corte geral de 40% nos empréstimos interbancários concedidos na região. Ele eliminou os empréstimos a bancos gregos e reduziu em dois terços os volumes para instituições da Espanha e Irlanda.

Os dados, revelados em letras miúdas nas demonstrações dos resultados do terceiro trimestre dos bancos, surgem depois do anúncio de que os bancos reduziram suas posições em bônus soberanos da zona do euro, mas poderão se mostrar mais controversos.

“As autoridades receberão bem o recuo no risco soberano”, disse sexta-feira Jon Pain, sócio regulador da KPMG e ex-executivo graduado da Financial Services Authority (FSA) do Reino Unido. “Mas elas ficarão muito mais preocupadas quando os grandes bancos começarem a diminuir a liquidez interbancária.”

Bancos mais fortes da Europa e de outras partes do mundo vêm depositando cada vez mais recursos excedentes nos bancos centrais e reduzindo seus volumes de empréstimos interbancários, numa tentativa de reduzir seus riscos. Durante a crise de 2008, os empréstimos interbancários praticamente foram paralisados, uma vez que a confiança entre os bancos evaporou.

Com os mercados de bônus basicamente fechados para financiamentos bancários de prazos mais longos, a contração dos empréstimos interbancários contribuirá para os temores de um aperto de crédito, no momento e que os bancos lutam para manter os compromissos assumidos.

Os bancos da Europa têm em carteira US$ 700 bilhões em títulos de dívida que vencem nos próximos nove meses. Isso, combinado à redução dos empréstimos interbancários e a pressão reguladora sobre os bancos para que eles aumentem suas reservas de capital, está levando banqueiros a alertar para uma grave crise de crédito na Europa.

Com o nervosismo aumentando, o Santander UK vem fazendo questão de observar o quanto é independente de sua controladora espanhola, pois tem suas normas de liquidez e capital de segurança ditadas pela FSA.

Fonte: Patrick Jenkins e Sharlene Goff | Financial Times, Valor Economico

marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.