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As empresas não sabem dar feedback

As empresas não sabem dar feedbackProfessor de direito da Universidade Harvard, Douglas Stone é um dos autores do recém-lançado Thanks for the Feedback: the Science and Art of Receiving Feedback Well (Obrigado pelo Feedback: a Ciência e a Arte de Receber Bem um Feedback), com publicação prevista no Brasil para este ano pela Portfolio-Penguin.

Especialista em negociação, já ajudou empresas como a montadora Honda e gigantes de tecnologia, como HP e IBM, a gerenciar situações de conflito. Stone vem a São Paulo no início de maio para um evento da HSM.

1) EXAME – Por que as conversas sobre avaliação de desempenho costumam ser fonte de frustração?

Douglas Stone – O problema não está em quem faz as avaliações. A grande questão é a falta de preparo de quem recebe o feedback. Todos sabemos que precisamos aprender e melhorar. Ao mesmo tempo, temos a necessidade de nos sentir amados. O feedback é uma ótima ferramenta para crescer, mas também mostra a forma como somos vistos pelos outros.

2) EXAME – Qual é o erro mais comum das empresas?

Douglas Stone – Hoje há muito investimento em sistemas de avaliação e muito esforço para ensinar os líderes a conversar com suas­ equipes. Mas a maioria se esquece de quem vai receber a mensagem. É importante desmistificar esse processo. Todos devem aprender a ouvir. Por isso, as empresas deveriam ensinar também os líderes a receber feedback.

3) EXAME – Por que é tão importante que o líder saiba ouvir?

Douglas Stone – As transformações na liderança são a arma mais poderosa em qualquer processo de mudança nas empresas. Os líderes determinam o caminho a ser seguido. O que importa é o que eles fazem, não o que o pessoal de recursos humanos diz.

4) EXAME – Um ajuste na maneira como se dá o feedback pode mesmo mudar toda uma empresa?

Douglas Stone – Sim. Os funcionários costumam prestar muita atenção em seus chefes. Se eles passarem a ouvir mais nas sessões de feedback, a tendência será que todos sigam o exemplo. Isso sem contar que, ao ajustar sua atuação, os líderes se transformam em profissionais melhores.

5) EXAME – Quanto as empresas perdem por não saber dar feedback a seus funcionários?

Douglas Stone – As empresas sofrem com baixa produtividade e aumento da rotatividade da mão de obra. É preferível ter uma relação com o chefe baseada na sinceridade ou ter um superior que não escuta? Uma pesquisa recente nos Estados Unidos mostrou que 63% dos trabalhadores acham que a última conversa que tiveram sobre desempenho foi imprecisa ou injusta.

6) EXAME – Mas isso não é próprio da natureza humana? Não buscamos sempre mais reconhecimento?

Douglas Stone – Sim. Mas, à medida que a indústria perde espaço e as economias ficam mais dependentes do conhecimento, torna-se mais crucial aprender a dar retorno. Algumas companhias começam a valorizar o que está sendo chamado de “humildade intelectual”, ou seja, a capacidade de aprender com os próprios erros e de dar espaço aos colegas.

7) EXAME – Quais empresas estão à frente nessa área?

Douglas Stone – O Google é um bom exemplo. A empresa sabe o tamanho do desafio, debate isso internamente, faz um grande esforço para contratar as pessoas certas e depois para treiná-las. Nas companhias que dependem de inovação para crescer, essa mudança é uma questão de sobrevivência. Seus times realmente precisam aprender com os sucessos e os fracassos.

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marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.