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Após IPO fraco, novatas sobem até 116% na Bolsa

BovespaApós enfrentarem a desconfiança de parte do mercado, as empresas que realizaram ofertas públicas iniciais de ações (IPO, na sigla em inglês) na bolsa brasileira este ano se revelaram um bom investimento. Os papéis de oito das dez companhias que abriram capital em 2010 registram retorno superior ao Ibovespa – principal índice da bolsa –, com ganhos que chegam a até 116%.

O desempenho no mercado contrasta com a dificuldade que as empresas tiveram durante o IPO. Cinco companhias que entraram com pedido de registro de oferta este ano acabaram desistindo no meio do caminho. O caso mais recente foi o da Karoon Petróleo & Gás, que pretendia captar até R$ 1,772 bilhão no mercado e interrompeu o IPO quinta-feira. Entre as empresas que optaram por manter o processo, várias tiveram de aceitar um preço por ação abaixo da faixa inicialmente sugerida pelos bancos coordenadores para viabilizar a operação.

Qualidade

As operações de abertura de capital no País movimentaram um total de R$ 10,3 bilhões este ano. Na análise de especialistas ouvidos pela Agência Estado, a boa qualidade das companhias que vieram a mercado e o desempenho positivo da economia brasileira, assim como o valor mais baixo dos papéis no IPO, acabaram atraindo os investidores após a cautela inicial e justificam a alta das novatas.

O melhor desempenho em bolsa até o momento é da Multiplus. A empresa de programas de fidelidade controlada pela TAM acumula valorização de 116,25% desde a abertura de capital, em fevereiro. A única companhia que apresenta valor menor do que o obtido no IPO é a OSX Brasil – que atua no setor de equipamentos e serviços para a indústria de petróleo. Controlada pelo empresário Eike Batista, a OSX registra queda de pouco mais de 20% desde o badalado IPO, em março, quando captou R$ 2,450 bilhões.

Na avaliação do sócio e principal executivo da área de investment banking do BTG Pactual, Guilherme Paes, os IPOs realizados no primeiro semestre foram prejudicados pelo menor fluxo de estrangeiros – principais compradores de ações nas ofertas – para o Brasil. “Mais cautelosos, os investidores pediram um desconto maior para entrar nas operações”, diz o executivo do BTG, banco que atuou em sete IPOs neste ano.

Segundo Paes, a recuperação recente dos mercados e o maior conhecimento dos investidores a respeito das companhias acabaram se refletindo nas cotações das ações em bolsa. “Se essas operações viessem a mercado hoje, o preço definido no IPO seria maior”, afirma.

O sócio da área de IPOs da Ernst & Young, Paulo Sergio Dortas, atribui o bom resultado das empresas que abriram o capital este ano ao amadurecimento do mercado. “As companhias apresentaram promessas mais realistas, fruto de um melhor trabalho de preparação tanto por parte de bancos e consultorias como dos advogados que atuam no processo, antes e após o IPO”, diz.

O gerente de análise da Modal Asset Management, Eduardo Marques Roche, atribui a dificuldade que algumas companhias tiveram durante o IPO à falta de conhecimento do mercado sobre os setores de atuação. “A Multiplus, por exemplo, pode ter sofrido mais durante a oferta por ser um caso praticamente único no mundo”, avalia.

Sobre o fraco resultado da nova empresa de Eike Batista, Roche considera que o desempenho é resultado da característica da OSX, que ainda se encontra em fase pré-operacional e depende da obtenção de licenças para a instalação do estaleiro que, após meses de indefinição, deverá ser construído no Rio.

O gestor de fundos de ações de um grande banco, que pediu para não ser identificado, avalia que a bolha de IPOs no mercado brasileiro em 2007, durante a qual várias empresas que não estavam preparadas para abrir o capital vieram a mercado, deixou os investidores mais receosos. “É natural que, depois do que ocorreu no passado, o mercado tenha pedido um desconto maior para entrar nas ofertas.”

As novatas na bolsa também se beneficiaram da melhora nas condições de mercado no decorrer do ano, com o maior interesse dos investidores por ações de menor capitalização, as chamadas small caps, segundo o analista-chefe da Bradesco Corretora, Carlos Firetti.

Seleção

Assim como o desempenho ruim em bolsa de algumas companhias que abriram o capital no auge do mercado deixou os investidores mais seletivos em relação aos IPOs, a alta das ações das novatas tende a aumentar a atratividade das operações futuras, diz Paes, do BTG Pactual. “Quem investiu ganhou dinheiro e obteve retorno, o que cria um momento positivo para que novas empresas com boas histórias venham a mercado.”

Já os gestores de fundos, que se encontram do outro lado do balcão, avaliam que os investidores devem continuar seletivos com os IPOs. “É cedo para falar em uma reversão de tendência”, diz Roche, da Modal.

Fonte: Vinícius Pinheiro, de O Estado de S. Paulo

marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.