Banco médio apanha após Cruzeiro
O Banco Central deixou bem claro que considera o Cruzeiro do Sul “inexpressivo” do ponto de vista sistêmico, conforme entrevista do diretor de fiscalização, Anthero Meirelles ao Valor, na terça-feira. Mas parece que o mercado enxerga as coisas de uma forma diferente. As ações e papéis de dívida emitidos por bancos de pequeno e médio portes têm registrado perdas desde o anúncio da intervenção do BC, há dez dias.
Das 14 instituições financeiras desse segmento listadas na bolsa, dez já estão com o preço da ação abaixo do valor patrimonial. Entre os títulos emitidos no exterior, quase metade é negociada com desconto sobre o valor de face.
Há, claro, outros fatores ligados diretamente ao desempenho dessas instituições nos pregões, como o menor crescimento da economia brasileira e o aumento da inadimplência, aspectos que levam a uma expectativa de resultados mais modestos neste ano. Além disso, a maior aversão global ao risco força uma fuga de papéis com notas de risco mais elevadas.
Mas a derrocada dos preços de ações e títulos se intensificou depois da ação do BC. Desde a intervenção, em 4 de junho, as ações do Daycoval e do Indusval, por exemplo, estão entre as maiores quedas no segmento de bancos médios, com desvalorização de 5,26% e 5,62%, respectivamente.
Entre os bônus, o Bonsucesso e o BMG, que não têm ações na bolsa e atuam no crédito consignado, como o Cruzeiro, apresentam o maior tombo. Os títulos com vencimento em 2020 do BMG são negociados com um desconto de mais de 30% sobre o valor de face.
Leia mais em:
http://www.valor.com.br/financas/2713800/banco-medio-apanha-apos-cruzeiro#ixzz1xjeLIjjz