Notícias

Acionistas e bolsa exigem explicações da Olympus

Grandes acionistas da Olympus Corp. e também a Bolsa de de Tóquio estão aumentando a pressão sobre a empresa para explicar a demissão do seu diretor-presidente e responder a perguntas sobre aquisições de alto preço. A polêmica já aniquilou quase metade do valor de mercado da Olympus na última semana.

A pressão mostra bem a frustração dos investidores, de modo geral, com a lentidão do progresso do Japão em aperfeiçoar a governança corporativa. Segundo os críticos, muitas vezes os conselhos apenas aprovam as decisões da diretoria e que os mercados não têm supervisão adequada.

Na quinta-feira, acionistas representando uma participação combinada de 17% na fabricante japonesa de câmeras e equipamentos médicos pediram à Olympus que forneça mais informações sobre aquisições feitas há vários anos, quando ela pagou US$ 2,88 bilhões por quatro pequenas e médias empresas.

Os acionistas também questionam um pagamento de quase US$ 700 milhões feito a um consultor para uma dessas aquisições, no valor de US$ 1,92 bilhões.

A Olympus sofreu depois uma depreciação de cerca de US$ 730 milhões pelo seu investimento em três dessas empresas.

A Nippon Life Insurance Co., a maior acionista da Olympus, com participação de 8,3%, informou que já pediu à empresa uma explicação clara sobre essas aquisições – uma iniciativa rara para os investidores japoneses, tradicionalmente passivos.

A Southeastern Asset Management Inc., segunda maior acionista da Olympus, e a Harris Associates LP, a quarta maior, informaram separadamente que enviaram cartas ao conselho da Olympus, aos reguladores japoneses e à Bolsa de Valores de Tóquio, fazendo perguntas e pedindo uma auditoria independente.

Eles pedem uma investigação sobre os detalhes das quatro aquisições, que foram apontadas pelo ex-diretor-presidente da Olympus, Michael Woodford, demitido na sexta-feira.

A empresa divulgou que despediu Woodford devido a “grandes diferenças no estilo de gestão”.

Woodford disse que foi despedido depois de levantar dúvidas sobre essas aquisições e sobre a governança da empresa.

“Queremos respostas da Olympus a essas alegações públicas muito perturbadoras. É responsabilidade da empresa, perante todos os interessados, fornecer essas respostas”, disse Josh Shores, analista sênior e diretor da Southeastern. Esse investidor de Memphis, no Estado americano do Tennessee, que tem participação de 5,2% na Olympus, marcou o prazo de 16 de novembro para empresa responder às perguntas.

David Herro, diretor de investimentos da Harris, sediada em Chicago, disse que espera que a firma japonesa “ponha em prática uma equipe de gestão mais em sintonia com as práticas modernas de governança”. A Harris tem uma participação de 4%.

“É bem claro que há muitas questões sérias acerca da governança corporativa da Olympus, especialmente acerca de” fusões e aquisições, disse Herro.

A Olympus não quis comentar, nem dizer se recebeu as cartas.

A Bolsa de Tóquio informou que vai insistir com a Olympus para divulgar mais detalhes sobre as recentes aquisições.

Fonte: Kana Inagaki

marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.