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Risco país: RBS desiste de abrir unidade no Brasil

Quatro meses depois de obter licença para operar como banco no Brasil, o Royal Bank of Scotland (RBS) desistiu de montar operações no Brasil. A notícia, divulgada por meio de uma nota, chega em um momento em que a matriz enfrenta problemas na Escócia, com rumores de que precisará de injeções de capital.

No comunicado divulgado, a instituição escocesa afirma que, “após cuidadosa consideração”, o banco concluiu que não é prudente se comprometer com o investimento necessário para começar a operar no país. O plano anunciado pelo RBS no Brasil era de montar um banco de investimento.

“Sempre avaliamos os nossos negócios, nossa proposta a clientes e nossa capacidade para competir”, escreveu o banco no comunicado. “Essa é a decisão certa para a região nesse momento.”

A atuação do banco no país ficará limitada a um escritório de representação. “Continuaremos tendo uma relação estreita com nossos clientes por meio da nossa capacidade offshore para ajudá-los a alcançar seus objetivos financeiros no Brasil com produtos que incluem câmbio e soluções de taxas, financiamento de operações comerciais e gestão de risco.”

O banco já havia anunciado a contratação de Carlos Braga para comandar a unidade e de Zeina Latif como economista sênior, mais 30 outros funcionários.

A concessão da permissão para que o grupo escocês montasse no país um banco de investimento e também operasse no mercado de câmbio foi concedida pelo Banco Central em junho deste ano. Segundo informações divulgadas na ocasião pela autoridade, o RBS começaria a operar com capital inicial de R$ 140 milhões, cerca de sete vezes o mínimo exigido para um banco de investimentos atuar no sistema financeiro nacional.

Pela regra do Banco Central, uma vez que o banco comunique oficialmente a autoridade que não vai operar no Brasil, a licença é cancelada. Caso o RBS mude de ideia futuramente e decida voltar ao Brasil, a instituição terá de realizar todo o processo desde o início novamente.

Ao mesmo tempo em que desiste de operar no Brasil, a matriz do banco escocês passa por um momento delicado. Há uma semana, a agência de classificação de risco Fitch ratings rebaixou a nota do RBS, de “AA-” para “A”, com perspectiva estável. O motivo do corte foi a menor chance de que o banco receba mais uma rodada de apoio do governo. O banco Lloyds também foi rebaixado pela mesma razão.

Na semana passada, o jornal britânico “Financial Times” escreveu que cresce no Reino Unido o temor de que o RBS precise de uma nova injeção de capital para suportar perdas relacionadas à crise da dívida soberana. O banco corre o risco de que sua proporção básica de capital Nível 1 – uma medida crucial de vitalidade financeira – fique abaixo do mínimo exigido, depois que assumirem uma baixa contábil da exposição dos bancos à periferia da zona do euro. Durante a crise de 2008, o socorro financeiro dado ao RBS foi o maior dentre os bancos do Reino Unido. Atualmente, o governo possui uma participação de 83% na instituição.

Fonte: Carolina Mandl e Felipe Marques, Valor Economico

marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.