A obsessão com o smartphone pode atrapalhar sua carreira?
Você já parou para pensar se o seu iPhone ou smartphone é o seu amigo ou inimigo no trabalho? Os aparelhos permitem que você esteja conectado à internet, receba e-mails, mensagens e resolva questões do trabalho e da vida pessoal. Entretanto, até que ponto vale a pena ficar 24 horas por dia conectado? Está na hora de discurtir a relação com o seu telefone?
De acordo com uma reportagem do “The New York Times”, nem os recrutadores de mão de obra estão livres de uma relação obsessiva-compulsiva com o trabalho. Ana Dutra, executiva da empresa Korn/Ferry em Chicago, não conseguia se livrar do telefone: deixava o aparelho no modo vibratório à noite. E pelo menos 20 vezes, todas as noites, o aparelho se manifestava.
Chegou um momento, diz ela, que a tecnologia deixou de facilitar sua vida e passou a destrui-la. “Eu acordava cansada todas as manhãs”, diz ela. Agora, ela não deixa os telefones desligados (ela tem dois, um pessoal e outro para o trabalho), mas em modo silencioso. Outra decisão foi iniciar a prática de ioga. Ainda que por meros 20 minutos por dia.
Apesar de os aparelhos ajudarem a vida das pessoas, permitindo que elas também estejam conectadas às redes sociais, recebendo atualizações em tempo real, há quem defenda que tanta conectividade pode acabar por atrapalhar. Professor da Universidade de Stanford e autor de livros de sobre carreira, Robert Sutton diz que tanta dedicação em tempo real pode resultar em profissionais um tanto incompetentes.
Tantos aparelhos, afirma Sutton, fazem parecer que “ninguém presta realmente atenção em nada”. “Todo mundo faz um trabalho um pouco pior porque está fazendo muitas coisas de uma vez só”, ressalta.
Fonte: Fernando Scheller é jornalista e escreve sobre carreiras todas as quintas-feiras no jornal “O Estado de S. Paulo”.