Promotoria investiga golpe de R$ 4 mi contra pelo menos 40 empresários
Debêntures são títulos emitidos por empresas de capital aberto quem compra se torna credor da empresa e seu investimento é retornado a médio ou longo prazo, com pagamento de juros.
A Justiça já emitiu mandado de prisão preventiva contra o suposto articulador do golpe, João Djalma Prestes Júnior, que está foragido, e outras quatro pessoas.
Uma delas, Genilton Vieira de Andrade, apontado como o “número dois” do esquema, está detida. Até agora, ninguém foi denunciado. Eles negam que o negócio seja fraudulento.
Esquema
De acordo a Promotoria, os estelionatários se passavam por representantes de fundos de pensão que queriam investir em grandes empresas.
Para fechar o investimento (as promessas chegavam a R$ 20 milhões), os golpistas exigiam que os empresários fizessem, como garantia, a compra de debêntures.
Esses títulos, segundo o Ministério Público, eram comprados de uma corretora de fachada, também controlada pelos estelionatários.
Os promotores dizem que os golpes eram aplicados no Brasil inteiro há pelo menos um ano, por meio das empresas WZ Intermediação de Negócios e A&B Intermediação de Negócios –ambas em nome de laranjas, de acordo com as investigações.
Segundo a Promotoria, as empresas alugavam escritórios em endereços nobres de São Paulo, como a avenida Paulista e o Itaim Bibi, para causar boa impressão, mas mudavam constantemente de endereço para despistar os empresários lesados.
Até agora, as investigações, que começaram há cerca de 15 dias, revelaram que pelo menos 40 empresas de médio e grande porte foram lesadas, segundo a Promotoria, num montante de R$ 4 milhões. Estima-se, porém, que as fraudes sejam bem maiores.
Tanto Andrade quanto Prestes Júnior, os principais acusados do esquema, já haviam sido presos dois anos atrás no Paraná acusados de aplicar golpe semelhante.
Andrade foi condenado por estelionato e uso de documento falso, mas foi solto em dezembro passado para cumprir pena em regime aberto. Já Prestes Júnior ainda não foi julgado e responde ao processo em liberdade.
Outro Lado
O advogado dos dois principais acusados do esquema, Alexandre Loper, afirmou que os negócios de João Djalma Prestes Júnior e Genilton de Vieira Andrade não são fraudulentos.
Segundo Loper, ambos trabalham, de fato, com intermediação de negócios envolvendo fundos de capital privado, mas esse tipo de transação leva mais tempo para prosperar –daí a demora na confirmação dos investimentos realizados.
“Os próprios contratos preveem um período de 12 a 18 meses para ser concluída a transação. Isso não é feito de uma hora para outra”, disse.
Segundo ele, Andrade e Prestes Júnior não têm corretora de fachada e apenas um dos contratos firmados utilizou debêntures como garantia. ‘Se a empresa teve um prejuízo, basta revender [a debênture] e pegar o dinheiro de volta’, afirmou.
Loper também disse que as empresas WZ e A&B Intermediação de Negócios estão no nome de terceiros “provavelmente por causa do Serasa”, afirmando que a situação financeira de seus clientes é complicada. ‘Se fosse fraude, eles não usariam o nome deles [nos contratos].’
Para Loper, há “muito exagero” nas afirmações do Ministério Público. O advogado disse que Prestes Júnior não irá se apresentar à Promotoria antes de ter acesso à investigação e que ele irá pedir a revogação da prisão de ambos os clientes.
Sobre o processo de dois anos atrás, em que Prestes Júnior é acusado de estelionato, o advogado afirmou que os fatos “não se confirmaram” e que ele deve ser absolvido.
Fonte: Estelita Hass Carazzai, Folha de S. Paulo
Muito boa a reportagem, caímos no golpe deles também, não pelos títulos e fundos de pensão. Mas fornecendo passagens para eles. Eles eram nossos clientes a quase 5 anos e simplesmente sumiram, ainda estou correndo atras na esperança de encontra-los.
Quem responde pela A&B? Eles ainda existem?