Segurança da Informação: CEO da Nomura deve renunciar em meio a investigação sobre vazamentos
O executivo-chefe da Nomura, Kenichi Watanabe, e o executivo-chefe de operações, Takumi Shibata, devem renunciar aos cargos em consequência do vazamento a clientes, pela área comercial, de informações confidenciais sobre ofertas de ações, de acordo com uma fonte próxima aos executivos.
Caso as renúncias venham a ser confirmadas oficialmente, a queda dos executivos da Nomura ampliará uma lista desencadeada por escândalos em bancos de investimentos, o mais recente dos quais envolvendo o CEO do Barclay´s no Reino Unido.
No Japão, as autoridades que regulam o mercado financeiro têm conduzido investigações sobre vazamento de informações privilegiadas desde 2010, depois da detecção de uma série de movimentações suspeitas no mercado acionário em antecipação a ofertas de ações. A Nomura foi a subscritora das emissões em três desses casos.
No mês passado, a Nomura informou que uma investigação interna apontou que seus funcionários demonstraram pouca compreensão das regras japonesas sobre a questão e podem ter vazado informações a clientes antes que se tornassem públicas. Na próxima semana, a Nomura e outras 11 corretoras estabelecidas no Japão devem apresentar à Agência de Serviços Financeiros relatórios detalhados sobre seus procedimentos de controle interno.
A Nomura, maior corretora do Japão, luta para superar desempenho insatisfatório desde que assumiu, em 2008, a operação internacional do Lehman Brothers. Ainda que a Nomura não tenha sido acusada por má-conduta, na medida em que as leis japonesas sobre informação privilegiada preveem que as empresas sejam processadas apenas nos casos em que tenham lucrado diretamente com as operações, clientes têm abandonado a corretora.
A eventual saída dos executivos, contudo, ocorre em meio a expectativas de que a autoridade regulatória do mercado japonês tome iniciativas contra a Nomura por negligência na observação de padrões de compliance que resultaram no seu suposto envolvimento no vazamento de informações privilegiadas relacionadas à emissão de 540 bilhões de ienes (US$ 6,913 bilhões) em ações das empresas Inpex, Mizuho Financial Group e Tokyo Electric Power.
(Atsuko Fukase | Dow Jones)
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