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Xerifes de finanças temem que BC brasileiro perca autonomia

Bis - Sede

Os xerifes das finanças internacionais estão preocupados: querem saber até que ponto o novo governo brasileiro de Dilma Rousseff permitirá que o Banco Central atue de forma realmente independente.

O Banco de Compensações Internacionais (BIS, conhecido como BC dos BCs) tem entre seus princípios a defesa da independência de bancos centrais e acredita que o afastamento de pressões políticas é a melhor forma de um BC cumprir seu mandato de controle da inflação.

Nos últimos dois dias, o BIS promoveu na Basileia o seu último encontro do ano. Se o tema central foi a injeção de liquidez pelo Fed, presidentes de vários bancos não disfarçavam que estavam curiosos para saber o que ocorreria com o Brasil.

“Não é tanto os nomes que ocuparão os próximos cargos que nos interessa. O que queremos saber é se a atual gestão, semi- independente do Banco Central, será mantida ou não”, explicou um dos presidentes de BCs.

No fim de semana, a reportagem do Estado revelou que Dilma teria a meta de tomar as rédeas da política econômica, afastaria o presidente do BC, Henrique Meirelles, e aceleraria a redução das taxas de juros.

O Estado consultou cinco presidentes e altos funcionários de BCs estrangeiros após o encontro de segunda-feira. Apesar de nenhum aceitar falar abertamente sobre o Brasil, indicaram, na condição que seus nomes fossem mantidos no anonimato, que o debate sobre o destino econômico do País e o futuro do BC são assuntos que acompanham de perto.

Sem citar o caso do Brasil e respondendo à perguntas da imprensa japonesa, Jean-Claude Trichet, presidente do Banco Central Europeu e porta-voz do grupo dos maiores BCs do mundo, deu o tom sobre o que espera da relação entre governos e autoridades monetárias. “Há um consenso entre todos os bancos centrais que a independência é parte integral da credibilidade dos bancos e portanto da capacidade de garantir a estabilidade de preços e ancorar a expectativa de inflação”, afirmou Trichet em uma coletiva de imprensa.

Há oito anos, na primeira participação nas reuniões do BIS, Meirelles disse aos jornalistas que o acompanhavam que um de seus trabalhos era permitir um BC independente no Brasil. Se, na prática, o BC atua de forma autônoma, o governo nunca atuou para tornar legal a independência do banco. Meirelles ainda ganhou o status de ministro, inclusive com imunidades.

“O que se espera do Brasil é de que siga as mesmas políticas que tem adotado até agora”, afirmou o presidente do BC da Arábia Saudita, Mohamed Al Jasser. “O Brasil é um país maduro e acho que todos têm a esperança de que a situação continue no mesmo caminho”, disse.

No BIS, Meirelles desfruta de um prestígio que foi reforçado no auge da crise. O temor dos maiores bancos centrais era de que, se o Brasil entrasse em recessão profunda, economias de países vizinhos também não resistiriam. Trichet pediu que Meirelles chegasse com alguns minutos de atraso a um jantar promovido pelos banqueiros. Ao entrar, foi aplaudido de pé por cerca de 30 presidentes de bancos centrais. Na mesma reunião, o BC passou a fazer parte do conselho de governança do BIS, como membro permanente.

Fonte: Jamil Chade, de O Estado de S. Paulo

marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.