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Terceirização – Transferindo a atividade e mantendo os riscos

consultoriaQuando falamos de terceirizar uma atividade (outsourcing), aqui falamos sobre atividades de gestão, pensamos em transferir as atividades e demais procedimentos para a empresa que contratamos e ainda têm empresas que acreditam que transferiram o risco também, mas estão enganadas.

Ao contratar um terceiro, seja ele prestador de serviços, consultor, assessor ou tutor (coaching), devemos atentar que o cliente necessita transmitir-lhe todas as informações necessárias para a execução de sua atividade, mas isso não acontece na prática, pelo contrario, as informações deve ser desbravadas durante o trabalho e mesmo assim, são insuficientes.

A questão terceirização é complexa e muitos confundem com serviços de recepção, limpeza, segurança, transporte, mas neste caso estamos evidenciando aqueles que prestam serviços de suporte a gestão, tais como governança corporativa, governança de TI, gestão de continuidade de negócios, contábil, tributária, compliance, auditoria, segurança da informação, gestão de riscos operacionais, cível, trabalhista, entre outras possibilidades.

A percepção que temos é que o gestor e/ou administrador, desconhece na profundidade seu negócio e possibilidades que proporciona, alguns relatórios são falhos, em certos casos as pessoas omitem informações ou fazem de qualquer jeito, e o terceiro é quem é responsabilizado.

Ao contratar um terceiro a intenção é que de ele possa dar suporte ao seu negócio, orientá-lo e caso haja interesse, sugerir mudanças nos procedimentos internos, mas por experiência própria, identificamos processos falhos, profissionais despreparados ou mal conduzidos, relatórios que dificilmente passam informações confiáveis e obvio, quando não dá certo, a culpa é do consultor, triste modo de ver o processo.

Devemos demonstrar a todos que as atividades de consultoria, fato tão comum no dia de hoje, devem ser de suporte para a organização por não possuir profissionais internos que possam suprir esta necessidade por motivo da especialização do profissional contratado, e aproveitar este momento para que haja a transferência de conhecimento e que possa aprimorar os procedimentos internos, mas e os riscos? De quem é a responsabilidade na gestão deles?

A gestão de riscos é da organização, pois as atividades podem ser realizadas por quem a organização quiser, entretanto a tomada de decisão e a apetite de riscos é da alta administração, por ser uma ação de grande responsabilidade e não pode ser tomada por qualquer pessoa e nem pelo terceiro, que neste caso o terceiro pode ser um agente de orientação.

Sem contar um outro pequeno problema, que é a questão do risco legal, que não podemos deixar de lado, que a organização é co-responsável pelos profissionais que são colocados em nossa atividade, devemos nos preocupar com o contrato, período de prestação de serviços, quem esta representado a empresa contratada e obter informações das atividades realizadas, para que as mesmas estejam em conformidade com o serviço contratado.

O assunto terceirização é polemico e contraditório, mas existe com o propósito, proporcionar e inserir conhecimento de assuntos dos quais a organização não possui em seu quadro ou mesmo possuindo a quantidade de recursos não é o suficiente para suprir a necessidade. Portanto, devemos entender que se as organizações tivessem tudo em ordem, o consultor seria contratado para que? Mas, contratar um terceiro o objetivo é melhorar ou implementar mudanças nos procedimentos ou processos operacionais, mas o risco continua sendo de quem contratou.

* Marcos Assi é professor e coordenador do MBA Gestão de Riscos e Compliance da Trevisan Escola de Negócios, Professor da FIA, Saint Paul Escola de Negócios, USCS, Centro Paula Souza, e autor do livro “Controles Internos e Cultura Organizacional – como consolidar a confiança na gestão dos negócios” (Saint Paul Editora). Consultor de Governança, Riscos Financeiros e Compliance da Daryus Consultoria.

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Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.

2 thoughts on “Terceirização – Transferindo a atividade e mantendo os riscos

  • Vlamir Garcia

    Bom dia Assi.
    Realmente quem já teve a oportunidade de ter atividades terceirizadas sabe o quão sério é este assunto.
    No imaginário popular terceirizar pode significar “se livrar” de alguns problemas, porém o fato é que esta ação pode significar agregar mais problemas. Em minha experiência profissional tive a oportunidade de presenciar multas gigantescas por conta de terceirizações e seus problemas como por exemplo a chamada responsabilidade solidária e também subsidiária. Terceirizar com responsabilidade é saber exatamente se o processo pode/deve ser terceirizado. Se a empresa optar por terceirizar uma atividade ou departamento, esta deve envidar todos os esforços para elaborar um contrato justo e equilibrado, onde as cláusulas de direitos e obrigações fiquem claras para as partes.

  • Oi, meu nome e Eduardo já trabalhei em Cumbica pela terceirizada Defense Air, olha o negocio é o seguinte, veja bem tem empresas terceirizadas que são boas e outras nem tanto, na minha época, foi muito boa, claro com salários que voces ja sabem, era aquela droga, mas tirando isso fiquei os 5 cinco anos no aeroporto. Indo direto ao assunto sobre furtos de bagagens e etc… não se ouvia esses comentários e se houvesse esse tipo de delito eram bem poucos. Bom por causa de maus profissionais outros acabam ficando mau vistos na area em que atuam sempre, fui um bom funcionario, atuei no embarque e no desembarque na Honda, Alfa, Bravo, Charlie e Delta nas esteiras a,b,c;d, pois havia profissionalismo sendo que me requisitaram pela Pro Air Aerosuport, pois tinhamos profissionais no comando Sr. Martins, Sr. Rezende e o Sr. Queiroz, at mesmo nosso´s colegas de trabalho da infraero Sr Arruda, que hoje e apossentado sendo que alguns colegas da federal Sr Padovanne, Sr Andre e o Sr Luiz, todos pessoas de boa indole, pessoas humanas com o proximo. Pois termino aqui triste de ver que ser humano só regride, pois o aeroporto de Cumbica foi o meu melhor emprego tenho saudades deste lugar um abraço e fiquem com Deus, amem.

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