BC vê forte alongamento nos empréstimos externos após IOF
O Banco Central (BC) verificou forte alongamento nos empréstimos tomados por companhias brasileiras no exterior, e recuo nas captações de curto prazo, depois da taxação com IOF em operações de até dois anos, em abril.
Por isso, ampliou a projeção para os desembolsos de médio e longo prazo, de US$ 49,8 bilhões para US$ 71,9 bilhões, no ano.
E também elevou de 150% para 410%, a projeção para a taxa de rolagem dos empréstimos de médio e longo prazos no ano, que até maio registravam 498% na média.
O chefe do Departamento Econômico do BC, Túlio Maciel, informou que antes da medida, os empréstimos externos em moeda, de curto prazo (menos de 360 dias), apresentaram ingresso de US$ 2,322 bilhões, na média do primeiro trimestre do ano, contra US$ 1,414 bilhão para o longo prazo.
Em abril, já valendo o IOF de 6% para operações até 720 dias, os empréstimos curtos tiveram saída líquida de US$ 907 milhões, enquanto os longos aumentaram para US$ 2,004 bilhões.
Em maio, os empréstimos curtos continuaram a diminuição, registrando saídas de US$ 2,172 bilhões, enquanto os longos subiram a US$ 3,297 bilhões.
As captações com bônus apontaram o mesmo movimento. De uma média mensal de ingressos em US$ 868 milhões no primeiro trimestre, as operações curtas ficaram negativas em US$ 2,5 bilhões em abril e US$ 1,559 bilhão, também negativas, em maio.
As captações com títulos longos tinham média mensal de ingressos em US$ 1,821 bilhão, no primeiro trimestre. Subiram para US$ 5,349 bilhões em abril e US$ 3,156 bilhões em maio, informou o BC.
Maciel disse acreditar que a maioria dos empréstimos está acima dos 720 dias, para escapar do IOF.
Fonte: Azelma Rodrigues, Valor Economico