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Supervisão bancária falhou no monitoramento do RBS

Os contribuintes britânicos “têm direito a ficar absolutamente furiosos” com a supervisão envolvendo o Royal Bank of Scotland Group (RBS) antes de seu quase colapso em 2008, segundo o presidente da Financial Services Authority (FSA). A fiscalização não detectou problemas de falta de liquidez no banco nos meses anteriores à crise financeira de 2008 e permitiu que o banco operasse com uma taxa de capitalização equivalente a um quarto do mínimo exigido atualmente. A FSA tinha menos de cinco pessoas na equipe dedicada à supervisão do RBS em outubro de 2007, um ano antes de ser socorrido, disse a agência fiscalizadora.

“Uma das falhas no sistema de supervisão à época era que os recursos dedicados à fiscalização de instituições sistemicamente importantes eram muito rarefeitos”, disse o presidente da FSA, Adair Turner. O RBS registrou um prejuízo de 24,1 bilhões (US$ 37 bilhões) em 2008, o maior na história empresarial britânica e exigiu um socorro de 45,5 bilhões de libras, o maior pacote do mundo no setor bancário, após a aquisição do banco holandês ABN Amro Holding. A FSA, que será desmembrada no ano que vem, foi pressionada por parlamentares a divulgar relatório sobre as investigações após ter isentado o ex executivo-chefe do RBS, Fred Goodwin, e outros executivos de conduta inadequada.

O relatório deixa claro que a responsabilidade final das más decisões foi do banco, mas a fiscalização não fez o suficiente, disse o deputado trabalhista Chris Leslie. “É espantoso que as decisões profundamente irresponsáveis desses banqueiros pudessem ter imposto um socorro 45 bilhões de libras para salvar os depositantes e nenhuma punição tenha sido determinada e que ninguém tenha sido punido por isso”. Turner disse não ser justo que Goodwin não tenha sofrido punições por seu papel no colapso do banco.

Sobre a questão dos fiscais, em 2005 o então presidente da FSA, Callum McCarthy, escreveu ao ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair “assegurando-o de que a FSA investia na supervisão dos maiores bancos apenas uma fração dos recursos aplicados pelas agências fiscalizadoras americanas a bancos de tamanho e importância equivalentes”, segundo o relatório. A partir de então, a FSA incrementou para 23 o número de pessoas em função de supervisão no banco.

A FSA sai relativamente incólume e os auditores da empresa ainda mais, disse Roger Lawson, presidente da Sociedade Britânica de Acionistas Individuais. Parlamentares do Treasury Select Committee do Reino Unido pressionaram o supervisor a publicar mais informações após a FSA ter isentado Goodwin de responsabilidades no ano passado. A agência relutou em divulgar estudo completo sobre por que não processou indivíduos envolvidos no colapso do banco. A FSA disse que foi impedida por lei de liberar as informações colhidas como parte da investigação.

“A opinião pública está sendo ignorada com uma única página de explicações da FSA sobre o colapso do RBS em troca dos bilhões de libras dos contribuintes colocados em risco para salvar o banco do colapso”, disse Andrew Tyrie, presidente da UK Treasury Select Committee. O RBS ficou excessivamente dependente de financiamento interbancário de curto prazo, uma vulnerabilidade não detectada pela agência fiscalizadora, disse a FSA no relatório.

A agência listou sete razões para o colapso do banco, inclusive incertezas sobre a qualidade dos ativos e escassez de capital. Goodwin concretizou a maior aquisição do setor com a compra, por € 72 bilhões, do holandês ABN Amro, em associação com o Santander, da Espanha, e Fortis, da Bélgica, mesmo depois de os mercados terem congelado em 2007. A aquisição onerou o RBS com dívidas incobráveis.

Fonte: Ben Moshinsky | Bloomberg, Valor Economico

marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.