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Souza Barros e Magliano abrem mão de ser corretoras completas

Um modelo que é amplamente disseminado nos Estados Unidos tem crescido no país: o das corretoras que usam a estrutura tecnológica de outra instituição para realizar operações na bolsa de valores. São as chamadas corretoras por conta e ordem. A CGD Securities, que desde o ano passado fornece seus sistemas de tecnologia para a corretora Máxima, recentemente fechou parceria com a Magliano, a Souza Barros e uma terceira corretora paulista cujo nome ainda não pode ser revelado. Além disso, está em negociação com mais dez instituições, entre distribuidoras, bancos e gestoras.

Essas parcerias mostram que começa a se desenhar um novo modelo no setor de intermediação de ativos, no qual as corretoras se dividem em dois grupos: o primeiro é formado pelas participantes com menos recursos para investir em estrutura tecnológica e que por isso alugam os sistemas de outras instituições para viabilizar as ordens de seus clientes na bolsa de valores. Já o segundo é composto pelas chamadas corretoras plenas, que fornecem sua estrutura tecnológica em troca de um percentual da corretagem.

Um executivo desse mercado estima que em alguns anos restarão apenas cerca de dez corretoras plenas. Caso isso ocorra, significa que as demais 70 instituições que atualmente são participantes da BM&FBovespa usarão a estrutura de terceiros para realizar operações na bolsa de valores.

Raymundo Magliano Neto, presidente da Magliano Corretora, diz que a estratégia levará a um retorno às origens de sua corretora. “Quando meu avô fundou a empresa, o foco era o atendimento ao cliente. Entretanto, nos últimos anos, direcionamos muita energia e dinheiro ao desenvolvimento tecnológico”, afirma. “Agora vão sobrar recursos para investir em atendimento ao cliente.”

Eduardo Lobo Fonseca, diretor da Souza Barros, afirma que hoje há um movimento amplo no setor de distribuição para terceirizar a estrutura tecnológica. “As corretoras vão se especializar cada vez mais, umas na execução das ordens, outras no atendimento ao cliente”, opina.

Hoje a bolsa de valores trabalha no aprimoramento do atual modelo de distribuição, com um projeto que espera ser aprovado pelos órgãos reguladores ainda neste ano. Entre as mudanças previstas, está a possibilidade de gestoras de fundos, bancos de investimentos e escritórios de agentes autônomos que desejam ter um braço de corretora se tornarem participantes da bolsa.

Antes mesmo de o projeto ser aprovado, porém, a CGD já negocia parceria com bancos e gestoras, sendo que algumas delas nem mesmo possuem credenciamento de distribuidora. “Essas instituições queriam ter um braço de corretora, procuraram a BM&FBovespa e esta informou que não precisavam investir em toda uma estrutura de corretora para operar diretamente na bolsa”, disse Everson Gonçalves Ramos, diretor de TI e home broker da CGD.

No projeto que será aprovado, o primeiro passo para esses bancos e gestoras será obter licença de distribuidor na CVM ou no Banco Central, o que sai mais em conta do que se tornar uma corretora, explica Ramos. “O custo de obter credenciamento de corretora é maior, frente aos valores de garantias e os investimentos em tecnologia necessários”, esclarece.

Porém, sem a aprovação do projeto da bolsa, por enquanto esses agentes não serão participantes da BM&FBovespa. Não terão um código no livro de ofertas e seus clientes enxergarão apenas que as ordens estão sendo executadas via CGD. Até o momento, a CGD é a única corretora de que se tem notícias operando nesse modelo.

Ramos, da CGD, explica que a figura da corretora por conta e ordem tem algumas limitações que devem ser resolvidas com as mudanças que estão em estudo pela bolsa. Além da falta da identificação da corretora por conta e ordem no livro de ofertas, há determinadas operações que não podem ser realizadas, como a participação de seus clientes em um IPO (oferta pública inicial de ações).

Tanto no modelo atual quanto no que deve ser aprovado, o depósito das garantias, que de acordo com cálculos do mercado custam entre R$ 25 milhões e R$ 30 milhões por instituição, é de responsabilidade da corretora plena. Assim, a Magliano e a Souza Barros terão cerca de R$ 25 milhões para investir, após a migração para o novo modelo de corretora, observa o diretor de TI e home broker da CGD.

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marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.