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Será que implementar um departamento de governança, riscos e compliance é o suficiente?

Imagem relacionadaVi uma publicação de 29 de junho de 2017, que a “JBS reforça e eleva sua governança, profissionalização e compliance”, mas será que somente isto basta? E se quem fez errado é justamente a alta administração, como podemos gerenciar a conduta e ética do negócio?

Estas questões ainda deixam muitas duvidas nas pessoas e no mercado em geral, nosso modelo ainda necessita de ajustes e principalmente consequencias mais energicas aos causadores das não conformidades, precisamos moralizar os negócios, fazer com que a honestidade seja evidenciada a cada negociação e acordos comerciais. Ser honesto e fazer com honestidade as coisas acontecerem não é dificil, precisamos querer e não nos deixar levar pelas facilidades monetárias.

E dentro destas informações e na busca pela transparencoa, abaixo segue parte da publicação da JBS que está assim demonstrada:

A JBS S.A. (“JBS” ou “Companhia” – B3: JBSS3; OTCQX: JBSAY), em atendimento ao disposto no Artigo 157, parágrafo 4º, da Lei n. 6.404, de 15 de dezembro de 1976 e nos termos do disposto no artigo 2º da Instrução da Comissão de Valores Mobiliários (“CVM“) n° 358, de 3 de janeiro de 2002, comunica aos seus acionistas e ao mercado em geral que, nesta data, a tomada das seguintes decisões do seu Conselho de Administração:
COMITÊ EXECUTIVO – Foi aprovada a criação do Comitê Executivo, órgão de assessoramento do Conselho de Administração da Companhia, cujas principais atribuições serão:
(a) assessorar a Diretoria na: 
1 – gestão da Companhia; 2 – revisão de potenciais propostas de aquisição, investimentos, desinvestimentos, associações e alianças estratégicas; 3 – elaboração do orçamento anual/plurianual e suas revisões, bem como do plano anual de investimentos; 4 – orientação geral sobre os negócios da Companhia, inclusive sugerindo a adoção de políticas, diretrizes e ações estratégicas; e
(b) fazer recomendações aos órgãos da administração da Companhia e suas controladas sobre melhorias para a gestão das atividades da Companhia.
COMITÊ DE GOVERNANÇA – Foram eleitos para integrar o Comitê de Governança, (…)

É interessante, pois depois da tempestade, vem a ambulância, mudei o ditado com um proposito, de demonstrar que primeiro fazemos de forma aleatória, sem regras, sem modelos éticos, e na sequencia tentamos mudar uma coisa que não deveria ter sito realizada.

Mas será que somente a JBS fez isso? Não, a Petrobras, a Camargo Correia, a Odebrecht, entre outras, que estão tentando mudar a imagem com divulgação do fortalecimento das áreas de governança corporativa, riscos e compliance, para que possam continuar a operar e voltar à ativa. Dentro desta linha, vemos um processo de caça às bruxas nos fornecedores quem nunca foram cobrados como estão sendo agora, mas será que estão preparados para demonstrar a eficiência e eficácia nos programas de integridade? Vale a pena pensar nisso.

Muita ilusão achar que ao implementar um departamento de governança, riscos e compliance a coisa vá funcionar dentro dos processos de conformidade, implementar um código de conduta e ética e fazer um workshop com o objetivo de informar que todos devem seguir aquilo que está escrito é uma utopia, afinal muitas pessoas possuem um bíblia em suas casas, mas quantos são os que lêem e aplicar as regras descritas no livro sagrado? Portanto não basta ter regras, devemos ter a pratica seguida de evidencias que estamos exercendo as atividades conforme determinam os normativos e procedimentos internos.

A regra vale para todos dentro da empresa, conselheiros, alta administração, gestores, gerentes, analistas, estagiários, terceiros enfim para todos independentes da função e responsabilidades, aqui é que mora o perigo, nem todos estão engajados e levam isso tão sério, acham que é bobagem e que logo passa, #SQN, devemos fazer que as regras sejam seguidas e melhoradas com o tempo sem perder a credibilidade e responsabilidade.

* Marcos Assi é consultor da MASSI Consultoria, professor de MBA na Sustentare, Saint Paul, FECAP, Centro Paula Souza, entre outras, autor dos livros “Governança, riscos e compliance – mudando a conduta nos negócios”, “Gestão de Compliance e seus desafios”, “Controles Internos e Cultura Organizacional” e “Gestão de Riscos com Controles Internos – Ferramentas, certificações e métodos para garantir a eficiência dos negócios” pela (Saint Paul Editora).

 

marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.