Santander extingue marca Real
O Santander decretou o fim da marca Real. O verde e o amarelo da fachada das agências dão lugar, agora, ao letreiro vermelho da instituição espanhola. A unificação foi celebrada ontem em evento na sede brasileira do Santander, às margens do rio Pinheiros, em São Paulo, que contou com a presença do presidente do conselho do grupo, Emilio Botín.
A integração tecnológica, no entanto, deve ser concluída somente no primeiro semestre de 2011. Segundo Fabio Barbosa, presidente do Santander Brasil, boa parte dos serviços, como transferências, depósitos, saques e pagamentos, já pode ser realizada em qualquer agência da rede. Mas há exceções, a exemplo das operações de empréstimo, que hoje são concedidas apenas na agência do cliente.
Durante o anúncio, Botín lembrou que a estratégia do Santander é trabalhar com uma única bandeira em todo o mundo. “É preciso ter uma mesma imagem para aproveitar as vantagens de ser global”, explicou. O discurso do presidente do conselho do grupo espanhol foi todo permeado por elogios à solidez do banco.
“Fomos o único banco europeu que manteve o pagamento de dividendos nos últimos três anos”, ressaltou Botín, emendando, na sequência, que a fatia distribuída este ano será a mesma em relação a de 2009. Depois de um breve retrospecto sobre a atuação do Santander no Brasil, Botín voltou a exaltar a solidez do grupo. “É o mais solvente e rentável do continente europeu”, disse. “Seu nível de cobertura está acima da média do sistema.”
O recente anúncio do ingresso do fundo soberano Qatar Holding no Santander Brasil (por meio de títulos que serão trocados por ações, equivalentes a 5% do capital social da instituição financeira) foi mencionado por Botín e avaliado por ele como “sinal de confiança desse sócio estratégico no Brasil e no banco”.
Questionado se a transação poderia ser interpretada como um sinal de que a matriz estaria necessitando de recursos, Botín afirmou que o índice de Basileia do banco (que mede a relação entre o capital e o risco das operações realizadas), de 8,5%, é confortável. Acrescentou, ainda, que esse patamar deve chegar, em 2011, a 9%. O mínimo exigido é 8%. Além disso, Botín lembrou que a operação vai possibilitar ao Santader Brasil ampliar seu “free float” (ações em circulação) para 25% de seu capital social antes do fechamento de 2014, uma exigência da BM&FBovespa.
Em janeiro, o Santander Brasil fez um resgate antecipado de dívida subordinada com a matriz no valor de R$ 1,507 bilhão. A dívida foi tomada em março de 2009, antes da oferta pública de ações. O Brasil já é o principal mercado do grupo, respondendo por 25% do lucro. O Reino Unido ocupa o segundo lugar, com 18%. Para lá, Botín confirmou estar avaliando também fazer uma oferta inicial de ações.
O grupo apresentou lucro líquido de 6,08 bilhões entre janeiro e setembro, queda de 9,8% em relação a igual período de 2009.
Fonte: Aline Lima, Valor Economico