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Regulador avalia balanço da Marfrig e conduta da Empiricus nas críticas

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) já estava atenta aos balanços da Marfrig antes mesmo de a casa de análise Empiricus decidir esmiuçar os balanços da empresa e transformar o debate numa cruzada. A equipe de acompanhamento de balanços da autarquia já estava trabalhando na compreensão da contabilidade do frigorífico.

Mas a decisão da Empiricus de apontar supostas falhas na contabilidade da companhia tornou o caso ainda maior. Agora, a CVM também vai avaliar, além de todos os itens levantados pela equipe de análise, a própria atuação desse grupo para verificar se não houve manipulação de mercado – ou mesmo a tentativa.

Consultada, a Marfrig disse que não tem conhecimento de nenhuma avaliação da CVM sobre suas demonstrações financeiras anterior ao debate com a Empiricus.

Em função da adoção do padrão internacional de contabilidade, o IFRS, a CVM criou uma gerência que avalia com cuidado os balanços, em especial por conta da subjetividade intrínseca à nova contabilidade.

A expectativa é que as decisões da autarquia sobre esse episódio se tornem um caso modelo para o mercado brasileiro, no que diz respeito à conduta de gestoras de recursos e analistas na forma de tratar supostos problemas em empresas acompanhadas.

Em entrevista recente ao Valor, a presidente da autarquia, Maria Helena Santana, disse que não há restrição para que fundos apontem publicamente problemas nas empresas que observam. Mas deixou claro que a conduta dos profissionais será avaliada dentro dos limites da manipulação.

A Instrução nº 8 da CVM veda iniciativas que interfiram no mercado de forma a induzir os investidores nas suas decisões.

O analista Rodolfo Amstalden, da Empiricus, afirma que não recebeu nenhuma notificação da CVM. Ele diz que não vê a questão como motivo de preocupação. “Vejo com naturalidade. Se eles acham por bem investigar nossos comentários e as carteiras dos fundos da Gradius [ligada a Empiricus], devem realmente fazer isso.” As carteiras somam cerca de R$ 20 milhões e 20 % desse total está em posições alugadas em Marfrig, fechadas após a primeira carta à empresa, em 28 de novembro. “Eu mesmo procurei a CVM voluntariamente para mostrar a minha análise e os meus relatórios”, disse.

Antes da Empiricus, a gestora de recursos Squadra também questionou balanços de algumas companhias, mas sem citar nomes. Pessoas próximas à CVM afirmam que não haveria problemas em nomear as empresas.

A expectativa é que debates desse tipo terminem na Justiça. A Marfrig já decidiu que vai questionar a Empiricus judicialmente. (Colaborou Ana Paula Ragazzi)

Fonte: Graziella Valenti, Valor Economico

marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.