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Redes empresariais apresentam novos riscos, alerta ex-hacker

SI 2A segurança da informação tem sido um dos pontos mais questionados quando se trata do modelo de ‘computação na nuvem’. Como garantir que os dados distribuídos em uma rede virtual e acessíveis de qualquer lugar não caiam nas mãos de cibercriminosos? Na visão do ex-hacker e consultor de segurança Kevin Mitnick tudo “depende do que você está fazendo para reduzir o risco”.

Conhecido mundialmente no fim da década de 90 após ter sido preso por derrubar redes de grandes corporações nos Estados Unidos, Mitnick lembra que a ameaça para a nuvem não é a mesma do início da década. “No meu tempo, [violar uma rede de computadores] envolvia desafio e curiosidade intelectual. Hoje envolve bens. Há organizações sofisticadas e profissionais voltadas a comprometer milhões e milhões de contas bancárias. Hoje o objetivo é ganhar dinheiro”, afirma.

No lugar de derrubar redes empresariais, os atuais profissionais do cibercrime poderiam elevar aos poucos o uso de serviços de computação em nuvem de uma empresa para causar um rombo financeiro, por exemplo. “A empresa tem um orçamento de US$ 200 para a nuvem, mas acaba pagando uma conta de US$ 20 mil após a invasão”, aventou o especialista, em sua terceira visita ao Brasil, a convite da MIPC Informática, de computação em nuvem.

O primeiro exemplo foi apenas uma suposição de Mitnick, mas durante uma palestra, em São Paulo, o especialista apresentou um arquivo em PDF com uma lista de contatos de clientes de uma empresa. O documento, supostamente confidencial, foi obtido legalmente em uma rede de compartilhamento de arquivos (P2P).

Assegurar recursos compartilhados – dos equipamentos às aplicações móveis – pode ser mais complexo, mas depende da empresa definir o que é crítico e o que deve ir para a nuvem, avalia Mitnick. “Vou arriscar perder o [padrão de segurança] PCI compliance colocando os dados de cartão de crédito dos meus clientes na nuvem, ou colocarei todo o resto na nuvem e deixarei essas informações no meu centro de dados, adotando uma solução híbrida?”, questiona.

Para Mitnick, os chamados sistemas legados – programas mais antigos – devem ficar dentro de casa. “Não se esqueça que há aplicações legadas, que interagem com outras e isso é mais difícil colocar na nuvem. O que é mais fácil é a coisa nova, que não exija alto nível de segurança”, afirma.

Para o especialista, uma das vantagens do modelo de software como serviço (SaaS, na sigla em inglês) é a facilidade de administrar atualizações de software. No entanto, nada substitui o velho e bom plano B, de “backup”, lembra Mitnick. Para o especialista, não há uma único sistema na nuvem que sirva para todas as empresas, mas há uma recomendação universal: “Independentemente do modelo, você ainda é responsável por alguns elementos da segurança”, diz.

Fonte: Daniela Braun | Valor Economico

marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.

One thought on “Redes empresariais apresentam novos riscos, alerta ex-hacker

  • Desculpe-me a sinceridade mas na verdade o Mitnick, como sempre, chove no molhado. A alguns anos converso com empresários de vários setores e para alguns casos, propus o modelo SaaS. A resistencia deles a este modelo era o medo da falha na segurança de seus dados, não perdê-los por falta de backup ou coisa que o valha, mas sim por acesso indevido da informação. Os dados de seus clientes e de suas listas de preços são considerados como seus mais preciosos bens.

    Apesar disto, sou entusiasta da computação nas nuvens e acredito que ela irá ganhar mais espaço a cada dia pelo simples fato que é mais barato desta forma. No fundo, no fundo o que tem movido o mundo é o lucro.

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