PwC quer resposta à pergunta: ‘Onde estava o auditor?’
Maior empresa global de auditoria, com faturamento anual de US$ 33 bilhões, a PwC está interessada em levar adiante um debate com o objetivo de pôr fim ao descasamento de expectativas entre o que o auditor assegura em seu parecer sobre balanços de empresas e o que os reguladores e o público esperam desse trabalho.
“Gostaria de ver uma resposta a essa questão de uma vez por todas, porque ela já está aí por muito tempo”, afirmou Dennis Nally, presidente-executivo global da PwC, em entrevista exclusiva ao Valor. “Esse é uma conversa relevante e adequada para o momento”, disse.
Ele se referia à pergunta “onde estava o auditor?”, que se repete a cada evento de quebra de empresa ou de fraude contábil, seja no Brasil ou em qualquer parte do mundo. “Já vimos isso por vários anos, com Enron, WorldCom, Parmalat etc. E pode ter certeza de que vai ocorrer de novo. Sempre existe uma maçã podre – algum modelo de negócio que não vai funcionar, uma empresa que vai quebrar. E vão perguntar onde estavam os auditores”, disse.
Para Nally, preparadores de balanços, investidores, reguladores e auditores precisam sentar e discutir alternativas para reduzir esse descasamento entre as expectativas. “Se o público realmente deseja ter um algum tipo de auditoria que garanta 100% das informações, com risco zero de fraude, isso vai requerer mais trabalho e diferentes habilidades e competências. E existe um custo associado em prover esse tipo de auditoria. É simples assim”, afirmou.
Como exemplo, ele citou que em um serviço tradicional de checagem de práticas contábeis empregadas na elaboração de demonstrações financeiras não são executados trabalhos específicos contra fraude, o que no mercado é chamado de “auditoria forense”.
Para o executivo, se existe desejo de que os auditores produzam serviços diferentes, com distintos tipos e extensões de auditoria, essa questão deve estar na mesa.
Ele ressaltou, contudo, que estender o trabalho de auditoria fatalmente levará à discussão sobre a relação entre custo e benefício. “Companhias com bons níveis de controle e bons procedimentos de reporte vão questionar se o aumento do custo com auditores realmente vai gerar benefícios”, disse, lembrando que inúmeros balanços são divulgados anualmente e apenas uma minoria revela problemas.
Do lado dos profissionais do ramo, ele entende que cabe a tarefa de melhorar a comunicação, tornando mais compreensível o parecer divulgado junto com os balanços. “Precisamos deixar claro o que o trabalho de auditoria é. E o que ele não é.”
Em relação às discussões de reguladores pelo mundo, envolvendo sugestões como rodízio obrigatório, firmas puras de auditoria ou restrição à prestação de serviços de consultoria a clientes auditados, Nally acredita que nenhuma delas resolve o problema do descasamento de expectativas. “Todo mundo quer a bala de prata. Mas prefiro me atentar para a substância do problema. O que podemos fazer para atender a expectativa do público? Como modificamos nosso trabalho e como melhoramos a qualidade da auditoria, tendo como objetivo final evitar esse tipo de problema?”
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Existem algumas questões básicas para a ineficácia das firmas de Auditoria.
1) Quem contrata é quem paga, portanto, há uma relação evidente de CONFLITO DE INTERESSES.
2) As empresas Auditadas não dão acesso a todas as informações, ou seja, os Auditores auditam apenas os documentos e relatórios que são disponibilizados.
3) A falta de rodízio das firmas de Auditoria. Os rodízios teriam que ser anuais, para tornar a relação entre auditor e auditado mais profissional.