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Profissionais reivindicam bermuda no escritório

Ao encontrar amigos de outras empresas durante o almoço do expediente, Alberto Pirro, diretor de desenvolvimento organizacional da rede de varejo carioca Casa & Video, já teve que explicar que a bermuda que estava trajando não era sinal de desemprego. A permissão para usar a peça de roupa no ambiente de trabalho faz parte da nova política de vestimenta que a empresa iniciou neste verão – período que já registrou calor acima dos 40 graus no Rio de Janeiro. “Depois que explico, meus amigos ficam com inveja”, diz Pirro.

Desde novembro os funcionários das lojas e da sede administrativa da Casa & Video não precisam se vestir com calça comprida para ir trabalhar. “Somos uma empresa que está 100% no Rio de Janeiro e precisamos nos posicionar de forma coerente em relação ao clima do Estado”, explica. A medida é uma resposta a preocupações que já vinham surgindo nos últimos dois anos por causa do calor, afirma o diretor, e busca promover mais conforto para os funcionários, que muitas vezes passam horas no deslocamento até o trabalho.

Como 80% do quadro da empresa lida diretamente com o cliente, houve a preocupação de criar uma comunicação clara, “para evitar excessos”. Segundo Pirro, a política exige que as bermudas cheguem ao joelho e que nas lojas sejam jeans, para uniformizar os atendentes.

Segundo ele, a adesão dos profissionais foi tímida no início. Foi quando Pirro e os outros diretores decidiram dar o exemplo e passaram a trabalhar de bermuda todos os dias. Hoje, com a aceitação cada vez maior em todos os níveis, o diretor diz que há intenção de continuar com a prática mesmo depois que o verão acabar. “A liberação foi vista com bastante simpatia pelas pessoas, dá um tom de cuidado com elas. Nas lojas, o cliente vê que está sendo atendido por alguém que está mais confortável”, diz.

O executivo comenta que ainda costuma trocar a bermuda por uma calça social quando recebe visitas de clientes ou fornecedores mais formais. No entanto, alguns deles já começaram a ir às reuniões também de bermuda. “É interessante, porque mostra que há um feedback positivo de fora”, diz.

Assunto em voga neste verão, a flexibilização do que é exigido pelas empresas no que diz respeito ao vestuário dos funcionários não acontece apenas em razão do calor. A consultora de imagem Silvana Bianchini considera que o mundo hoje está mais casual, o que reflete hierarquias menos fortes nas organizações. Ainda assim, isso acontece de formas diferentes em cada segmento. “A imagem passada pela vestimenta dos funcionários precisa estar alinhada com a identidade e a cultura da companhia”, diz.

Assim, em lugares onde a criatividade faz parte da proposta, como agências de comunicação, é coerente liberar o uso de roupas casuais. Já em segmentos mais técnicos, a consultora defende uma aparência mais social. Por isso muitas empresas formalizam as exigências por meio de um código que incentive ou desestimule o uso de determinadas peças de roupa, o famoso “dress code”. “Essa flexibilização é um movimento natural. O que não pode é exagerar, senão vira bagunça. Os clientes, parceiros e fornecedores enxergam no funcionário a imagem de toda a empresa”, diz.

Surgido no início deste ano, o site Bermuda Sim, criado por três publicitários cariocas, quer ser um aliado dos profissionais na busca por uma aceitação maior da peça de roupa informal no mundo corporativo. Por meio da página na internet, é possível cadastrar o e-mail do chefe para que o site envie uma mensagem anônima pedindo a permissão para usar bermudas no escritório.

Em um álbum na página do site no Facebook, empresas como o Peixe Urbano e a Telelistas.net, junto com algumas dezenas de agências de publicidade e comunicação, anunciam que já aboliram a obrigatoriedade das calças compridas. O site, que começou focando empresas da capital do Estado do Rio de Janeiro, acabou de ser reformulado para se lançar como “movimento nacional”.

Guilherme Anchieta, um dos criadores, estima que o site receba hoje uma média de dois mil e-mails diariamente. “As empresas que estão aderindo são muitas e dos mais variados setores, em todo o Brasil”, diz. Para ele, a tendência a informalizar o ambiente de trabalho vai além da vontade de mais conforto no verão brasileiro. “As pessoas passam cada vez mais tempo no trabalho e o mínimo que se espera é que elas se sintam bem nesse ambiente”, diz.

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marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.