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Pico de fraude reduz resultado da Cielo

Os resultados da Cielo mostram que a fraude é um risco à espreita do universo de pagamentos eletrônicos. Graças a uma brecha em um de seus canais de atendimento a clientes, a credenciadora de cartões, que captura transações com o meio eletrônico de pagamento no varejo, experimentou no terceiro trimestre um pico de cancelamentos fraudulentos de transações, levando a uma despesa que impactou seu balanço e trouxe questionamento de analistas.

O pico de fraudes foi o principal fator que puxou a linha de outras despesas operacionais líquidas da Cielo, que saltaram 106%, para R$ 63,8 milhões entre julho e setembro, comparadas com os R$ 31 milhões do mesmo período do ano passado. A empresa não revelou a fatia desse valor que pode ser atribuída à fraude. Clóvis Pogetti, diretor financeiro da credenciadora, afirmou a analistas que devem considerar uma despesa entre R$ 35 milhões a R$ 40 milhões como recorrente para essa conta.

Pogetti disse que a brecha já foi solucionada, mas que a Cielo considera pouco provável que vá recuperar o dinheiro envolvido no golpe. “A perda com fraude foi muito pequena em relação à receita da companhia”, disse Rômulo de Mello Dias, presidente da credenciadora, em entrevista a jornalistas. Em relatório com o título “Cielo é o limite”, analistas da BB Investimentos reforçaram o caráter não recorrente dessas despesas, deixando claro que o cenário para a credenciadora é positivo.

A receita operacional líquida da credenciadora totalizou R$ 1,7 bilhão, crescendo 31,6% em relação ao mesmo período do ano passado. Reflexo, em boa parte, do aumento do volume financeiro de compras em cartão capturado pela empresa, que totalizou R$ 113,2 bilhões, aumento de 17,6% na mesma comparação, pelo critério do mercado.

Outra fonte importante de receita para a credenciadora, as operações de adiantamento de faturas de cartão para lojistas deve seguir com fôlego nos próximos meses. No terceiro trimestre, a relação entre os volumes antecipados pela Cielo e o total de transações no cartão de crédito que capturou chegou a 16,6%, a maior da história da companhia. Um ano atrás, estava em 10,5%. Dias afirma que a manutenção desses níveis é “factível”, embora desafiadora.

No terceiro trimestre, a Cielo registrou lucro líquido (atribuído a acionistas) de R$ 689,2 milhões, um crescimento de 17% em relação ao mesmo período de 2012.

O resultado fez com que a área de análise do Credit Suisse revisasse para cima o preço-alvo da ação para os próximos 12 meses de R$ 67 para R$ 76. Contudo, os mesmos analistas rebaixaram a recomendação para as ações da companhia de “outperform” (equivalente à compra) para neutra. Embora reforcem que a decisão não foi causada pelos “fundamentos” da companhia, o corte na recomendação veio do fato de a ação operar em suas maiores altas, o que diminui sua atratividade. As ações fecharam ontem com baixa de 2,83%, cotadas a R$ 66,75.

Ainda na divulgação de resultados, Dias afirmou que a companhia pretende encerrar o ano com R$ 360 milhões investidos, em linha com o valor investido pela companhia no ano anterior. (FM, colaborou Karla Spotorno)

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marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.