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PanAmericano pede resgate de R$ 660 milhões de fundo de crédito

O banco PanAmericano solicitou, em 21 de setembro, o resgate no valor de R$ 660 milhões, com o objetivo de reduzir sua participação em cotas subordinadas do Caixa Fundo de Investimento em Direitos Creditórios Master CDC Veículos (FIDC), composto por recebíveis de financiamentos de veículos originados pela instituição.

Em agosto, as cotas subordinadas representavam 55% do patrimônio líquido do fundo, que somava R$ 1,55 bilhão. O objetivo do banco, atualmente controlado pelo BTG Pactual e pela Caixa, é reduzir essa participação para o mínimo exigido pelo regulamento do portfólio, que é de 23% do patrimônio, segundo o diretor de relações com investidores do PanAmericano, Willy Jordan. “A participação atual está muito acima da exigida pelas regras, o que gera custos para o banco.”

No final de 2010, o PanAmericano aumentou sua participação no fundo em função da necessidade de liquidez para pagamento dos resgates solicitados pelos investidores detentores de cotas seniores – aquelas com maior grau de garantia e que foram vendidas a investidores – depois da descoberta do rombo contábil no banco, em novembro. Só nos dois últimos dois meses de 2010 houve saída de R$ 748 milhões do total aplicado em cotas seniores, segundo relatório de classificação de risco da Austin Rating.

Os resgates efetuados reduziram a quantidade de cotistas seniores do fundo, que caiu de novembro de 2010 para agosto deste ano de 399 para 277 investidores.

Com o pedido de resgate parcial das cotas subordinadas pelo PanAmericano, os cotistas seniores têm o direito de solicitar o saque de suas cotas, que poderá ser realizado no prazo de 60 dias, até 21 de novembro, embora a carteira seja aberta para resgates. “Os cotistas seniores têm a preferência no pagamento, que será realizado conforme o caixa do fundo”, diz Vitor Hugo dos Santos Pinto, gerente nacional de fundos para o setor imobiliário da Caixa, responsável pela gestão da carteira.

O FIDC do PanAmericano conta com R$ 80 milhões em caixa. Resgates superiores a esse valor serão pagos à medida que houver a amortização dos recebíveis, explica Pinto, da Caixa. Só depois do pagamento dos possíveis saques solicitados por esses investidores que o banco poderá começar a receber o valor solicitado.

Até 30 de setembro, o fundo não havia registrado nenhum pedido de resgate de cotistas seniores em função do comunicado a mercado. “Não achamos que haverá resgates significativos, pois a decisão faz parte de um aperfeiçoamento da gestão do fundo” diz Jordan.

Após a mudança de controle do banco e o aporte de R$ 2,5 bilhões do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) houve uma redução dos pedidos de resgates. No segundo trimestre de 2011, as cotas seniores tiveram saques líquido de R$ 40,4 milhões.

A presença de cotas subordinadas na estrutura do fundo é uma forma de proteção para os cotistas seniores, pois funciona como uma colchão que absorve primeiro as perdas em caso de inadimplência.

O fundo, lançado em outubro de 2003, oferece rentabilidade de 112% do Certificado de Depósito Interfinanceiro. O fundo tem conseguido bater essa meta nas cotas seniores nos últimos 12 meses encerrados em agosto. O retorno das cotas subordinadas, detidas pelo PanAmericano, no entanto, estava negativo desde fevereiro, em parte, segundo a Austin, devido à participação expressiva do banco no fundo, o que torna mais difícil dar rentabilidade.

O PanAmericano tem recomprado os créditos em atraso para melhorar o risco da carteira. O banco recomprou R$ 10,2 milhões de créditos em atraso no segundo trimestre. O volume, no entanto, tem caído em relação ao final de 2010, quando foram recomprados R$ 360 milhões, para dar liquidez aos cotistas seniores.

Fonte: Silvia Rosa, Valor Economico

marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.