Notícias

Os riscos da digitalização no País

Diversas pesquisas comprovam que a digitalização traria inúmeros benefícios para as organizações e o País, consequentemente. Mais agilidade, redução de custo e geração de insights valiosos em tempo real são apenas algumas das razões que têm levado diversas instituições a apressar o processo de digitalização. Mas será que o setor público brasileiro está preparado para viver essa transformação considerando os riscos de ataques cada vez mais iminentes? A partir de sua experiência em outros países, Andreas Tegge, líder global de Assuntos Corporativos da SAP, acredita que sim, porém, é preciso garantir que todas as etapas desse processo sejam feitas adequadamente.

“Primeiramente, os governos, a indústria e os usuários precisam aumentar os esforços para enfrentar as ameaças à segurança cibernética”, relata Tegge. Segundo o executivo, a SAP está trabalhando com as administrações públicas e outras partes interessadas em todo o mundo para estabelecer novas políticas de proteção virtual.

“Percebemos que muitos governos criaram regulamentos para proteger as infraestruturas mais críticas do País, tais como redes de energia e de telecomunicações. O principal objetivo é estabelecer normas mínimas para garantir metodologias eficazes de notificações no caso de violações”, afirma Tegge.

O executivo recomenda a criação de um órgão público dedicado à execução real dessas regras, como a Agência Europeia de Redes e da Informação, com sede em Bruxelas. “A ENISA acompanha de perto as tendências em ameaças cibernéticas e desenvolve diretrizes para mitigar riscos”, explica.

Outro elemento aplicado em alguns países foi a implementação de plataformas colaborativas e de compartilhamento de experiências. “É uma ferramenta eficaz na luta contra ciberataques, pois reúne especialistas do setor público e privado onde podem trocar informações sobre as últimas ameaças e discutir medidas conjuntas de como lidar com elas”, afirma. Na opinião do executivo, governos e indústria devem aumentar a sua cooperação internacional para enfrentar os riscos cibernéticos.

“Várias administrações públicas estão considerando ainda a política de localização de dados que exigiriam fornecedores de TI para armazenar informações localmente. Mas o que realmente importa é se um provedor utiliza a tecnologia de segurança mais recente, assim como ferramentas eficazes de gestão de risco”, acrescenta.

Experiência nacional

Segundo Tegge, diversos órgãos públicos brasileiros já estão evoluindo rumo à digitalização, como a maior parte dos bancos e instituições estratégicas, como o Tribunal de Contas da União e o Supremo Tribunal Federal. No entanto, o executivo assume que o progresso poderia ser mais rápido. “As ineficiências em muitas áreas do setor público brasileiro ainda persistem, o que se tornam um verdadeiro desafio”, explica.

Na opinião do executivo, os órgãos públicos são esperados para fazer mais com menos, mas funcionários do governo têm pouco conhecimento e visibilidade no que deve ser feito. “A escassez de profissionais de TIC é um gargalo para o desenvolvimento de uma economia digital em muitos países. Soube que há carência de 500 mil profissionais dessa área no Brasil e esta diferença está aumentando. Portanto, recomendamos que os decisores políticos e as instituições de ensino avancem nos currículos de TI nas escolas e universidades para gerar atratividade dessas carreiras e ocupar os postos de trabalho”, finaliza.

Fonte: Risk Report

marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.