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Os efeitos de uma boa governança

Novos tempos demandam uma gestão mais eficiente e focada no compromisso com a ética e a transparência. Depois de grandes desafios para a indústria de energia, a Petrobras passou pelo ano de 2017 alinhada com seu novo Plano Estratégico de Negócios e Gestão. A opção por reduzir custos e criar métricas de desempenho financeiro e de segurança operacional foi acompanhada de uma mudança da maior relevância: a instalação de um novo modelo de gestão e governança, iniciado em 2016.

Tais transformações foram resultado de uma revisão completa da estrutura organizacional e do processo decisório da companhia, com fusão de áreas, centralização de atividades, aprovação de critérios de integridade, capacitação técnica e de gestão para a indicação de diretores e gerentes executivos e responsabilização formal dos gestores por resultados.

Os esforços da empresa vêm sendo recompensados. Em outubro, a agência Moody’s anunciou a melhora da classificação de risco da dívida corporativa e elevou a nota da companhia de B1 para Ba3. O relatório destacou a melhora material do perfil de liquidez da Petrobras, a redução da alavancagem, a sólida disciplina da administração e o fortalecimento da governança corporativa. Além disso, em novembro, a empresa alcançou nota máxima no Indicador de Governança, elaborado pela Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais, do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão.

A nova estrutura visa um modelo de governança efetivo, ético e transparente e tem como objetivos adequar a filosofia da companhia à sua visão estratégica de longo prazo, reforçar o seu compromisso com a conformidade e com a segurança das operações e intensificar a geração de valor para os acionistas. Essa estratégia precisa passar, necessariamente, por um reforço nas ações de compliance. E é o que está acontecendo: para fortalecer a imagem junto a investidores, fornecedores, comunidade, clientes e consumidores, a Petrobras vem atuando para transformar a transparência em ferramenta de gestão, disseminada por todos os níveis hierárquicos da companhia.

A Petrobras também concentrou esforços para atender à Lei nº 13.303, de 30 de junho de 2016, conhecida como a nova Lei das Estatais. Considerada recente entre as empresas, a norma introduz novas exigências a respeito das boas práticas de governança corporativa, integridade, compliance, regramentos societários e licitações e contratações de bens e serviços. Durante o processo de adaptação à nova legislação, a companhia obteve, em agosto de 2017, a certificação no Programa Destaque em Governança de Estatais, concedida pela B3.

A tendência, no longo prazo, é a de que as medidas de aprimoramento da governança proporcionem economia de custos, seja por meio de eliminação da burocracia interna, de ganhos de eficiência, de uma maior qualidade nas decisões, melhoria no controle dos processos e de geração de valor para os acionistas.

Fonte: exame.abril.com.br – os-efeitos-de-uma-boa-governanca

marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.