O rombo do Carrefour e o tombo da Deloitte
Existe uma expressão popular que preconiza “Nada é tão ruim que não possa piorar”. Esse ditado, de certo modo, sintetiza o caso de duas empresas conhecidas dos brasileiros: Carrefour e Deloitte.
Em meados deste ano, a rede varejista, auditada pela Deloitte, anunciou que havia descoberto um rombo de R$ 185 milhões na filial brasileira. Na semana passada, veio a bomba: o prejuízo é na verdade sete vezes maior: R$ 1,2 bilhão.
A Deloitte, por sua vez, viu novamente sua credibilidade ser abalada. Há menos de um mês, o Banco Central descobriu um rombo de R$ 2,5 bilhões na contabilidade do Banco PanAmericano, que também era seu cliente.
O caso Carrefour, no entanto, põe em evidência a seguinte questão: como é que em apenas 18 semanas a KPMG enxergou algo que a Deloitte não viu em cinco anos? “A fraude contábil é um processo que envolve diversos profissionais. Dificilmente um rombo dessa magnitude passa despercebido em um processo independente de checagem”, argumenta Marcos Assi, coordenador do MBA de Gestão de Riscos e Compliance da Trevisan Escola de Negócios.
“Eles tiraram a laranja podre do cesto. Agora, é preciso ir além e mudar os mecanismos de controle da empresa”, completa Assi. Segundo fontes da subsidiária, essa é exatamente a tarefa de Luiz Fazzio – o novo homem forte do Carrefour Brasil, que assumiu o posto no final de julho.
Para entender o imbróglio do Carrefour é preciso conhecer algumas especificidades do mercado varejista brasileiro. Na gestão Pueyo, os números do balanço foram inflados graças a manobras contábeis em duas vertentes: estoques das lojas e bonificações recebidas dos fornecedores.
No início do ano, o Carrefour fazia um planejamento prevendo os descontos que iria conseguir com os fornecedores. Só que, ao longo do ano, o montante não era confirmado e, mesmo assim, o valor inicial era lançado na contabilidade gerando uma receita artificial. Sem contar que muitas vezes os estoques não eram atualizados. Além disso, o rombo inclui provisões para cobrir ações trabalhista.
Fonte: Rosenildo Gomes Ferreira, Isto é Dinheiro
http://www.istoedinheiro.com.br/noticias/43045_O+ROMBO+DO+CARREFOUR+E+O+TOMBO+DA+DELOITTE
PERAÍ, não é possível isso, outro filme de terror contábil ?
Pensei que havia postado um comentário no caso Panamericano, mas, incrível, outra big falcatrua audi-contábil?
Com imenso pesar que comento mais uma vez.
Voces se recordam de meu comentário de 29/11/2010 sobre o Panamericano através de desta frase “não tratem toda uma categoria de 400.000 (quatrocentos mil) contabilistas, como imbecis ou idiotas, porque ao menos alguns, de fato não o são. Não é tergiversando que irão transformar falcatrua em erro técnico, mutreta e picaretagem em deslize profissional. Que não se tente confundir conivência dolosa com omissão culposa . Auditoria é procedimento, é básico. (…) Não precisamos de jogo de palavras, termos técnicos e confusão. A situação é clara e simples, e requer sim esclarecimentos e atitude daqueles envolvidos, bem como daqueles que tem por obrigação zelar pela nossa profissão contábil. Cordialmente. Rinaldo Araujo Carneiro Administrador, Advogado e Contabilista e ainda envergonhado !