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Sem adesão, Caoa pode desistir do BVA

Carlos Alberto de Oliveira Andrade, dono do grupo Caoa, está próximo de desistir da compra do BVA, banco que está sob intervenção do Banco Central (BC) desde outubro. O empresário tem encontrado dificuldade para ganhar a adesão dos credores do banco BVA a seu plano de resgate da instituição financeira.

Desde a semana passada, a aceitação não avançou. Deram o seu sinal verde credores que representam 65% da dívida do BVA. Para levar o plano adiante, Caoa tem afirmado que precisa de pelo menos 90%.

A proposta do empresário contempla um deságio de 65% sobre o valor que os credores têm a receber do BVA. Além disso, Oliveira Andrade se comprometeu na semana passada a dividir com os investidores créditos que estão no balanço do banco e que eventualmente possam ser recuperados.

“Esse é o único preço que equilibra o balanço patrimonial, na nossa avaliação”, afirmou Oliveira Andrade, em nota divulgada à imprensa no dia 12. Em apresentações feitas a credores, o Brasil Plural – banco de investimento que assessora Caoa – tem mostrado que estima o passivo a descoberto do BVA em R$ 2,7 bilhões.

Segundo fonte que participa das negociações, Caoa tem encontrado mais resistência entre credores que têm entre R$ 10 milhões e R$ 25 milhões a receber do banco.

Institutos de previdência de Estados e municípios também não têm concordado com a proposta. O Valor apurou que alguns desses fundos possuem papéis emitidos pelo BVA com prazo de vencimento de dez anos e rentabilidade de 33% ao ano, algo totalmente fora do padrão do mercado.

Caoa tem até terça-feira da próxima semana para conseguir a adesão de mais credores. Esse foi o prazo acordado entre o empresário, o Banco Central (BC) e o Fundo Garantidor de Créditos (FGC), maior credor do BVA.

Como já está sob intervenção há cinco meses, o BVA não tem mais muito tempo de sobrevida. Se Oliveira Andrade não comprar o banco, o BVA deve ser liquidado pelo BC. Nessa situação, os credores vão depender da gestão da massa falida do banco para receber parte dos seus créditos (depósitos e outros). Empréstimos de longo prazo concedidos pelo banco também podem atrasar o recebimento.

O empresário tem cerca de R$ 500 milhões investidos no banco. Se conseguir comprar o BVA, pode recuperar o dinheiro aplicado colocando o banco para voltar a operar.

Não é apenas isso, porém, o que está no radar de Oliveira Andrade. Dono de uma rede de cerca de 200 concessionárias de veículos, ele quer passar a oferecer financiamento direto a seus clientes, sem depender de outras instituições financeiras. Para isso, pode comprar um banco já existente ou começar uma operação do zero.

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marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.

One thought on “Sem adesão, Caoa pode desistir do BVA

  • Julio

    Como os outros credores, o Sr. CAOA também receberá 35% do que tem aplicado no BVA?

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