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O jeito entediante de fazer negócios do U.S. Bancorp

Em um painel de discussões promovido em novembro, perguntaram ao executivo-chefe do Bank of America, Bryan Moynihan, para quem ele temia perder clientes. “Richard”, disse, para riso geral dos executivos de banco e reguladores presentes no salão em Nova York, indicando com a cabeça em direção ao executivo-chefe do U.S. Bancorp, Richard Davis. Então, foi a vez de William Demchak responder. “É, eu [também] diria Richard”, disse Demchak, chefe do PNC Financial Services Group.

O U.S. Bancorp, banco de Minneapolis com ativos de US$ 364 bilhões, não teve prejuízo anual durante os sete anos sob comando de Davis. Com agências em 25 Estados, a maioria no Meio-Oeste e Oeste, Davis concentrou-se nos clientes de varejo e nas atividades fiduciárias, de gestão de dinheiro para empresas e governos. Por ter evitado a área de banco de investimento, a de compra e venda de ativos com capital próprio e a concessão de hipotecas “subprime”, de alto risco, o executivo-chefe salvou a instituição em grande parte dos custos jurídicos cada vez mais vultosos que vêm assolando os seus rivais de maior porte.

“Ainda continuamos entediantes”, afirma Davis. “Entediante [no caso] quer dizer que não ficamos entrando e saindo do que não conhecemos.”

Com as autoridades reguladoras pressionando os bancos a se tornarem mais simples e seguros, o U.S. Bancorp, maior banco regional dos Estados Unidos, é um exemplo de como uma instituição de crédito deve ser administrada, diz Tom Brown, executivo-chefe da Second Curve Capital, fundo hedge que investe em bancos, onde Davis atua como assessor não remunerado. Davis “conseguiu um equilíbrio de risco e crescimento que os reguladores querem ver”, diz.

O U.S. Bancorp, quinto maior entre os bancos comerciais em termos de depósitos e ativos nos Estados Unidos, vem superando seus rivais em todos os trimestres há mais de três anos em termos de retorno sobre o patrimônio, indicador de qualidade no reinvestimento dos lucros, e de retorno sobre os ativos, indicador de quanto lucro uma empresa pode extrair de suas participações. Enquanto o Bank of America e o Citigroup vêm fechando ou vendendo agências, o U.S. Bancorp agregou outras 94 à sua rede de mais de 3 mil, após uma aquisição em Chicago, em janeiro.

O volume de depósitos aumentou 65% desde 2008, em comparação à média de 29% dos quatro maiores bancos dos EUA. Os ativos subiram 37%, acima dos 10% obtidos pelos “Quatro Grandes”: Bank of America, Citigroup, J.P. Morgan Chase e Wells Fargo. “Somos sólidos e consistentes”, diz Davis. “Nossos concorrentes olham para seus balanços patrimoniais, mas nós estamos com foco nas taxas, gestão fiduciária, pagamentos.”

As despesas legais e problemas com hipotecas de má qualidade custaram às seis maiores instituições de crédito do país mais de US$ 114 bilhões desde 2007. Além disso, as investigações e novas regulamentações, como a regra Volcker, deixaram as receitas sob pressão. Embora o U.S. Bancorp também tenha sido alvo de investigações das autoridades reguladoras, foram relativamente menores, como uma disputa com a Freddie Mac, com quem chegou a acordo em dezembro, por US$ 53 milhões.

“Não há uma ‘baleia de Londres’ nadando no armário do U.S. Bancorp e eles não vão precisar de uma imensa reserva legal tirando [força] do crescimento dos dividendos”, diz Matthew McCormick, gestor de recursos da firma de investimentos Bahl & Gaynor, em Cincinnati, referindo-se à perda de US$ 6,2 bilhões em 2012 com apostas em derivativos de um corretor em Londres, caso que ficou conhecido como “London Whale”.

“Estamos em um período significativo de mudanças no setor, algo sem precedentes em toda minha vida”, diz David Ellison, que administra o fundo Hennessey Large Cap Financial. “”Precisamos de mais U.S. Bancorps”.

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marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.