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MP denuncia oito por fraudes em fundo de pensão dos Correios

fraude1O Ministério Público, em , denunciou oito pessoas por fraudes no fundo de pensão dos Correios, conhecido como Postalis. Os funcionários e os aposentados da empresa é que estão pagando a conta.

Foram 39 anos gastando o sapato para entregar cartas e pagar o Postalis, o fundo de pensão dos Correios, acreditando numa promessa.

“Aquilo, era uma maravilha. Não ia ter mais problema quando se aposentar, não ia ter problema nenhum, ia ter uma aposentadoria de americano”, diz João Batista Manentti.

Mas no meio do caminho do sonho dos carteiros, havia um buraco de R$ 4 bilhões. Parte, por fraudes no Postalis, como mostra a denúncia apresentada nesta terça-feira (5) pelo Ministério Público Federal de São Paulo. Para tapar esse rombo, um desconto será aplicado sobre salários e aposentadorias por 23 anos. E essa dívida deve ser paga até 2039, e pode ficar de herança.

Para funcionários, o desconto total pode chegar a 6%. Para os aposentados, quase 18%. E também vale para pensões de viúvas e viúvos.

“Eles fizeram com que os aposentados tivessem de pagar a conta da corrupção que está vindo descontada no contracheque deles”, afirma o deputado Efraim Filho.

A procuradora que investiga o caso explica que o Postalis fez um investimento no exterior para conseguir rendimento melhor e, no futuro, pagar as aposentadorias. Mas o dinheiro foi desviado para títulos superfaturados, entre eles, títulos da Venezuela e da Argentina, que representam quase metade do rombo.

“Esse foi um dos investimentos que deu o maior prejuízo. Na verdade, representou aplicação verdadeiramente ruinosa aos fundos Postalis”, explicou a procuradora Karen Kahn.

Para o Ministério Público, o mentor da fraude foi Fabrizio Dulcetti Neves, sócio da empresa que gerenciava as aplicações internacionais do Postalis.

Ele mora nos Estados Unidos e foi investigado pelo órgão que regula o mercado de capitais americano. Foi acusado de usar empresas em paraísos fiscais para vender ao fundo de pensão dos Correios títulos por um valor muito acima do que valiam.

Uma das empresas pertencia à sogra de Fabrício, Mercedes Monteiro, também denunciada pelo Ministério Público.

No fim de 2015, a Polícia Federal fez busca e apreensão no apartamento de Fabrízio no Morumbi, Zona Sul de São Paulo. É um dos maiores do país, com 1.220 metros quadrados. Foi avaliado entre R$ 12 milhões e R$ 16 milhões. A planta padrão, disponível na internet, mostra uma sala gigantesca, cabe um piano de cauda, uma piscina na sacada. Tem cinco suítes, e só o quarto principal mais de 200 metros quadrados.

O prejuízo total da fraude entre 2006 e 2011 equivalente hoje a R$ 465 milhões.

“A diferença desse superfaturamento acabava revertendo em forma de comissões entre os denunciados”, completou Karen.

Entre os oito denunciadas pelo Ministério Público também está o ex-presidente do Postalis Alexej Predtechensky. Ele teria recebido US$ 1,5 milhão em comissões sobre as transações do Postalis no exterior.

Alexej foi apontado pelo MP como peça chave no esquema porque tinha poder decisivo nas movimentações financeiras e permitiu a fraude.

Para os 84 mil funcionários e aposentados do Postalis que já estão pagando a conta, despesas e sonhos vão ser adiados.

“Eu espero fazer uma viagem, talvez em 2039, aonde eles deixar de cobrar isso aí, talvez sobre um dinheiro para eu poder viajar. Então para mim vai fazer uma falta muito, muito grande”, diz João Batista.

A defesa de Fabrizio Dulcetti Neves afirmou que só vai se manifestar depois que tomar conhecimento da denúncia.

A defesa de Alexej Predtechensky afirmou que o cliente, enquanto esteve à frente da presidência do Postalis, sempre desempenhou as atividades com lisura e dentro da lei.

O Postalis declarou que adotou diversas medidas para melhorar os resultados dos investimentos e recuperar as perdas financeiras, e que tem interesse em que tudo seja esclarecido.

O JN não conseguiu contato com a defesa de Mercedes Monteiro.

Fonte: http://www.jornalfloripa.com.br/noticia.php?id=16898689

marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.