Microsoft reforça área de softwares de negócios no país
A Microsoft vai reforçar a operação que mantém no Brasil no segmento de softwares voltados às áreas de negócios, como os programas para relacionamento das empresas com seus clientes (CRM, na sigla em inglês) e os de gestão empresarial (ERP). Além de trazer ao país novas versões desses programas, a companhia reforçará parcerias com distribuidores da região.
A divisão de softwares de negócios inclui os programas de CRM e ERP, os pacotes de programas de escritório Office 2010 e Office 365 (para internet) e o programa de comunicação unificada Lync. No segundo trimestre fiscal de 2012, encerrado em dezembro do ano passado, essa divisão registrou uma receita de US$ 6,3 bilhões, 3% acima do verificado no mesmo período do ano fiscal anterior. As vendas de softwares de CRM e ERP, no entanto, cresceram a taxas de dois dígitos no período, afirmou Kirill Tatarinov, presidente da divisão de soluções de negócios da Microsoft, em vista ao Brasil.
“Houve um crescimento forte da demanda em 2011 e a tendência é de uma expansão significativa neste ano, com o lançamento das novas versões dos softwares”, afirmou o executivo ao Valor. Tatarinov observa que os softwares de ERP e CRM da Microsoft são usados por aproximadamente 2 milhões de usuários no mundo e a demanda cresce mais de 10% ao ano.
Além da substituição de versões antigas pelas novas, lançadas em outubro do ano passado, o segmento de softwares de negócios é favorecido por uma demanda aquecida. “Esse é um dos segmentos de software que mais crescem no mundo”, afirma Tatarinov. De acordo com estimativas da consultoria IDC, o mercado de CRM e ERP movimentou no mundo US$ 64 bilhões. No Brasil, esse segmento movimentou US$ 1,5 bilhão. “É uma participação pequena no mercado mundial. No entanto, o Brasil é o país com a maior taxa de crescimento, de 12% ao ano, e com potencial de expansão nos próximos anos”, afirma Tatarinov.
O executivo vê como mercado potencial as companhias de pequeno e médio portes. Os softwares de CRM e ERP são compostos por vários módulos, são complexos e levam meses para serem implantados. Devido a essa complexidade e ao preço – sua implantação pode chegar a custar alguns milhões de reais, dependendo do porte da empresa -, esses softwares eram adotados basicamente por companhias de grande porte.
A Microsoft pretende levar essas tecnologias às empresas de pequeno e médio portes. Para isso, desenvolveu versões dos softwares para uso via internet. Em vez de comprar servidores e softwares para instalar esses programas no escritório, as empresas pagam uma mensalidade para usar os programas, que ficam armazenados em centros de dados da Microsoft e podem ser acessados via web. “A adoção de softwares na nuvem cresceu fortemente nos últimos 12 meses”, afirma Tatarinov. Segundo ele, de cada três usuários que compram programas da Microsoft, dois preferem a versão que pode ser acessada por internet.
Para atrair novos contratos de empresas de pequeno e médio portes no país interessadas nos softwares na nuvem, a Microsoft fechou uma parceria com a Stefanini, companhia brasileira de serviços de tecnologia da informação (TI), para fazer a distribuição dos softwares de CRM e ERP da multinacional. A Microsoft mantém no país parceria com 30 distribuidores de grande porte e 300 revendas. “A parceria nos permitirá ampliar o portfólio para os clientes no Brasil e no exterior”, afirma Monica Herrero, executiva-chefe da Stefanini no Brasil.
Fonte: Cibelle Bouças, Valor Economico