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Medo também explica a falta de atenção com o bolso

Quando o assunto é o bolso, não é só a preguiça que atrapalha. Outro motivo que leva muitas pessoas a dedicar menos tempo e atenção para as próprias finanças é o fato de que a maioria delas não gosta de lidar com dinheiro. “Temos pesquisas que mostram que 50% das pessoas têm aceleração dos batimentos cardíacos quando mexem com contas. E 15% têm dor de cabeça ou sensação de borboletas no estômago”, relata Aquiles Mosca, estrategista de investimentos pessoais da Santander Asset Management e especialista em finanças comportamentais.

Segundo ele, estudos mostram ainda que o temor do futuro financeiro rivaliza com os medos da morte e de falar em público. “Com um medo tão intenso, dificilmente as pessoas vão ser 100% racionais quando tratarem de dinheiro.”

A advogada aposentada Maria do Horto, que mora em Copacabana, zona sul do Rio, conta que no seu caso foi o receio, e não a preguiça, que a levou a sempre usar a poupança como opção de investimento. “Eu sei que não valoriza, mas não existia risco. E tinha medo de perder o pouco que tinha”, diz.

Maria lembra que as pessoas que arriscam normalmente já têm dinheiro disponível. “Sempre contei com aquilo que ganhei e nunca tive essa possibilidade de apostar”, afirma. Recentemente, a advogada vendeu um carro que não estava mais usando e colocou o dinheiro na poupança, para guardá-lo para o futuro ou para um momento de emergência.

Incomodada com o baixo rendimento mensal da caderneta, ela procurou alternativas e, finalmente, em meados do ano passado, decidiu diversificar os investimentos. Aplicou 30% do dinheiro em ações e os outros 70% em um fundo de renda fixa com menor custo, também distribuído pela corretora. “Teve um período em que [a bolsa] caiu. Foi terrível. Mas está melhorando, o que vai dando um alento”, diz.

Questionada sobre se venceu o medo que tinha, ela respondeu: “Venci só uns 50% do medo. Eu te diria que não colocaria 100% do meu dinheiro em ações, como não fiz”, afirmou.

Mosca, do Santander, diz também que as pessoas costumam ter uma relação diferente com o dinheiro ganho com aplicações financeiras, em comparação com aquele oriundo do trabalho. “O rendimento do investimento financeiro é aparentemente um dinheiro que vem fácil. As pessoas não veem a relação de esforço e recompensa”, afirma.

Essa maneira de encarar o rendimento das aplicações cria, segundo ele, uma sensação parecida com aquela da pessoa que vai jogar, compra 50 fichas e recebe 20 fichas extras “de brinde”. “O dinheiro dessas 20 fichas parece que não é seu. É o dinheiro ‘da casa'”, explica o especialista.

O estrategista de investimentos pessoais da gestora do Santander chama atenção ainda para o passado inflacionário do Brasil, que ele acredita ser responsável pela falta de hábito do brasileiro de investir – que é diferente de apenas guardar dinheiro.

“Investir de fato é definir um objetivo, o prazo, traçar perfil de risco e, com base nesses dados, montar uma carteira”, afirma.

Essa maneira de encarar um investimento vai contra a cultura de simplesmente guardar o dinheiro que sobra, misturando todos os objetivos, como aposentadoria, plano de trocar um carro no fim do ano, ou de comprar um apartamento daqui a cinco anos. “Dificilmente alguém que se comporta dessa forma terá uma aposentadoria tranquila”, conclui.

Fonte: Fernando Torres, Valor Economico

marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.