Magazine Luiza compra a rede Baú da Felicidade
Pouco mais de 40 dias após captar R$ 926 milhões na BM&FBovespa, a empresária Luiza Helena Trajano, presidente do Magazine Luiza, abriu a carteira. Por apenas R$ 83 milhões, ela acertou os termos para a compra da rede de lojas Baú da Felicidade, do grupo Silvio Santos, dona de 121 pontos de venda em São Paulo e Paraná. Esse valor não inclui uma dívida estimada em R$ 200 milhões. O negócio foi fechado diretamente entre Luiza e o apresentador Silvio Santos em apenas 15 dias, de acordo com fontes próximas à empresária.
Além do Magazine Luiza, o grupo Pão de Açúcar, que controla a Casas Bahia, o Ponto Frio e o Extra, também estaria interessado na rede varejista. O que pesou à favor de Luiza foi o compromisso assumido por ela de não demitir nenhum dos 1,8 mil funcionários do Baú da Felicidade. Quando comprou a Lojas Maia, da Paraíba, no ano passado, Luiza havia assumido o mesmo compromisso. Na ocasião, a rede tinha 2,3 mil funcionários. Hoje, conta com 4,5 mil.
Em apenas uma tacada, Luiza recoloca o Magazine Luiza na vice-liderança do varejo brasileiro com um faturamento de R$ 6,1 bilhões, com polegadas à frente da Máquina de Vendas – fusão da Insinuante, Ricardo Eletro e City Lar, cuja receita é estimada em R$ 6 bilhões. Está atrás apenas do grupo Pão de Açúcar, dono de um faturamento de R$ 36,1 bilhões. A rede, que nasceu em Franca, no interior de São Paulo, amplia para 732 o número de suas lojas.
Os novos pontos estão concentrados em São Paulo, mas a empresa comprada tem também unidades no Paraná e em Minas Gerais. O apresentador Silvio Santos manterá a marca Baú da Felicidade, que será substituída nos próximos seis meses.
Quando abriu o capital do Magazine na bolsa brasileira, Luiza havia dito que pelo menos 30% do dinheiro arrecadado seria aplicado em aquisições. “Este é o único caminho para as empresas desse setor”, afirma Cláudio Felisoni, coordenador do Programa de Administração do Varejo (Provar), da Universidade de São Paulo (USP).