Notícias

IFRS x PDD: Bancos preferem regra do BC para provisões

Há praticamente um consenso a favor da adoção de um modelo de “perda esperada” para registro de provisões contra inadimplência, em substituição ao sistema de “perda incorrida” usado hoje nas normas contábeis internacionais IFRS e também nos Estados Unidos, no padrão US Gaap, mas que sofreu muitas críticas na crise de 2008.

Mas quando se analisa a proposta americana e a do IFRS para tornar o modelo de perda esperada operacional, os bancos brasileiros ainda preferem a tradicional tabelinha do Banco Central, que registra as operações com ratings de AA a H, conforme o perfil do cliente e os dias de atraso.

“O modelo do BC parece bem interessante para a carteira de varejo. Você começa com a perda esperada ao atribuir o rating, e depois usa perda incorrida a partir dos dias de atraso”, afirmou Alexsandro Broedel, diretor de controle financeiro do Itaú, que participou de evento sobre o tema nesta semana

A sugestão apresentada pelo Fasb, órgão responsável pelo padrão contábil dos EUA, prevê que já no momento da concessão do crédito o banco registre a perda esperada para a vida toda do contrato. Apesar de ser simples, nesse caso existe a dificuldade de se estimar a perda total no momento da concessão e o receio de que ela aceleraria muito o registro das provisões, prejudicando o lucro dos bancos.

A proposta do Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (Iasb), entidade que edita as IFRSs, prevê que na largada se registre a provisão apenas referente à perda esperada para os primeiros 12 meses do contrato, com a constituição de uma nova despesa de PDD – que, somada à inicial, seria equivalente à esperada para a vida toda do contrato – somente quando houver indícios de que houve deterioração do risco daquela operação.

O problema visto nesse modelo tem relação com a complexidade de se realizar o acompanhamento de milhões de operações em carteiras de varejo. “Talvez esse seja um dos casos em que o custo de se produzir a informação supere o benefício”, disse Broedel.

O diretor setorial de assuntos contábeis da Febraban, Arthur Gigueira, relatou outros três pontos de preocupação que a entidade levou ao Iasb durante consulta pública sobre a nova norma de provisões, já que os bancos do país adotam o IFRS de forma adicional à regra do BC. A primeira tem relação com a proposta de constituição de PDD mesmo para créditos aprovados, mas não concedidos. “Como fazer com os limites pré-aprovados de cartão de crédito, cheque especial, crédito imobiliário? Os bancos teriam uma despesa sem que houvesse a receita correspondente.”

Há preocupação também com a sugestão de que, mesmo no caso de deterioração na qualidade do crédito do tomador, o banco siga contabilizando receita referente àquele contrato. “Se é uma receita que não será performada, isso preocupa.” A Febraban apresentou argumentos para tentar convencer o Iasb a tratar a nova regra para registro de provisões como “mudança de estimativa” contábil, e não de “prática contábil”. Se a visão da federação prevalecer, os ajustes referentes à regra passariam a ser feitos prospectivamente, do momento da adoção em diante.

© 2000 – 2013. Todos os direitos reservados ao Valor Econômico S.A.

Leia mais em:

http://www.valor.com.br/financas/3336670/bancos-preferem-regra-do-bc-para-provisoes#ixzz2kWPpkYCc

marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.

One thought on “IFRS x PDD: Bancos preferem regra do BC para provisões

  • Renato

    Boa Noite, Marcos.
    Gostei da publicação, trabalho em uma assessoria que presta serviços para o Banco Itaú.
    Estamos tentando descobrir como calcular esse PDD? por exemplo o cliente tem 3 parcelas e paga apenas 2 parcelas, como vou calcular esse PDD, quanto baixou deste contrato? no escritório estamos perdido sem controle nenhum, fui contratado a 3 dias… preciso melhorar os resultados, mas não conseguimos calcular esse PDD ou potencial, o banco não passou como eles calcula esse PDD ou parcialmente.
    Você pode me ajudar em alguma coisa…. sou da carteira Itau ADM leves, peço que me ajude se possível.
    Desde ja muito obrigado, e que Deus abençoe muito mais sua vida…

Fechado para comentários.