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Gestão de Riscos: Com pressão do BC, BVA pode trocar comando

O banco BVA, que está sob pressão por não ter apresentado nenhum balanço auditado em 2012 e não ter efetivado a capitalização de R$ 300 milhões prometida para setembro, estuda tirar da presidência executiva Ivo Lodo, que também é sócio da instituição.

O jornal O Estado de S. Paulo apurou que o acionista majoritário do BVA, José Augusto Ferreira dos Santos, avalia que a divulgação dos números oficiais do ano e a capitalização seriam insuficientes para acalmar o mercado financeiro. Por isso, defende que um novo executivo assuma a instituição.

Um dos nomes cogitados é conhecido no meio empresarial, mas não tem experiência no setor financeiro, o que poderia ser insuficiente para promover o efeito desejado pelo controlador. Lodo ainda estaria resistindo à mudança desejada pelo sócio. Procurado, o banco não quis se pronunciar.

Em um ambiente marcado por desconfiança em relação aos bancos de pequeno e médio porte, o BVA entrou na mira dos investidores pelo atraso na divulgação dos balanços auditados. Assim como ocorreu com outras instituições financeiras, o BVA sofreu uma inspeção do Banco Central (BC) este ano. Após analisar os dados da instituição, a autoridade pediu cerca de R$ 150 milhões em provisões adicionais para créditos duvidosos, o que fez o BVA apurar prejuízo de aproximadamente R$ 100 milhões no primeiro semestre.

Como o prejuízo reduz automaticamente o patrimônio líquido, o BVA começou a trabalhar em uma capitalização. Lodo chegou a anunciar ao Estado que a instituição receberia R$ 300 milhões até o fim de setembro. Além disso, um plano de reorganização societária foi rejeitado pelo BC. O plano previa, entre outras coisas, a saída de Santos do bloco de controle.

Para piorar, duas agências de classificação de risco, a americana Moody’s e a brasileira Austin Rating, reduziram a nota de crédito do BVA no fim de setembro. Pela Moody’s, o BVA tem nota “E” – é um dos últimos degraus da escala da agência. Ontem, a Austin cortou a nota de três fundos de investimento em direitos creditórios (FDICs) do BVA por causa da piora da qualidade de crédito das carteiras.

As dificuldades para efetivar a capitalização levaram o BVA a pedir ajuda ao Fundo Garantidor de Créditos (FGC). O jornal O Estado de S. Paulo apurou que, por enquanto, o papel dos executivos do Fundo é de consultoria. Uma ajuda financeira não está nos planos, mas também não está descartada. Procurado, o FGC não se pronunciou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Não é de hoje que o BVA está envolvido em polêmicas. Entre 2007 e 2010, o banco chamou a atenção por ter elevado os ativos em mais de 10 vezes no período. Uma das especulações, à época, é de que a instituição tinha como clientes fundos de pensão de estatais, o que, na ocasião, foi veementemente negado por Lodo. Segundo dados do BC, o BVA tinha R$ 7 bilhões em ativos ao fim de março – número extraído do balanço não auditado do banco.

Fonte: Leandro Modé, da , Exame.com

marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.