Gestão de crises: HSBC reserva US$ 2 bi para compensar clientes no Reino Unido
O presidente-executivo do HSBC pediu desculpas nesta segunda-feira por vergonhosos e constrangedores erros cometidos sobre controles contra lavagem de dinheiro.
O banco separou US$ 2 bilhões para cobrir o custo de investigações nos Estados Unidos e para compensar clientes no Reino Unido sobre vendas de produtos questionáveis.
O maior banco da Europa registrou uma queda 3% no lucro e disse que fez uma provisão de 700 milhões para cobrir “certas questões regulatórias e de aplicação de lei” após um relatório do Senado dos Estados Unidos neste mês ter criticado o HSBC por permitir que clientes transferissem dinheiro de países considerados perigosos e pouco transparentes.
O relatório criticou uma cultura “perversamente poluída” no banco e disse que as operações mexicanas do HSBC haviam transferido US$ 7 bilhões para operações norte-americanas do banco entre 2007 e 2008.
“O que aconteceu no México e nos EUA foi vergonhoso, é constrangedor, é muito doloroso para todos nós na empresa”, disse o presidente-executivo, Stuart Gulliver, a repórteres em uma teleconferência, acrescentando que os custos eventuais podem ser “significativamente maiores”.
“Pedimos desculpas por nossos erros passados com relação a controles de lavagem de dinheiro e é uma prioridade da alta administração de agir dentro das medidas tomadas na gestão de risco e para assegurar o cumprimento das regras de maneira mais efetiva”, disse Gulliver.
MULTA DE US$ 1 BILHÃO
Analistas disseram que as investigações nos EUA podem resultar em uma multa de cerca de US$ 1 bilhão.
O HSBC também é um dos diversos bancos sendo investigados em um escândalo sobre manipulação de taxa de juros que abalou o setor. Gulliver disse ter apresentado informações aos reguladores, mas que ainda é cedo para dizer qual será o resultado ou estimar o custo potencial para o banco.
O HSBC reservou ainda US$ 1,3 bilhão para compensar clientes no Reino Unido pela venda enganosa de seguro de empréstimos a indivíduos e produtos de hedge de juros a pequenas empresas.
O banco teve um lucro antes de impostos de US$ 12,7 bilhões para os seis meses terminados em junho, alta de 11% sobre um ano antes e acima da previsão de analistas de US$ 12,5 bilhões.
Mas o lucro sem considerar ganhos de vendas de ativos nos Estados Unidos e perdas sobre o valor de sua própria dívida, teve queda de 3%, para US$ 10,6 bilhões.
Fonte: Reuters, Folha de S.Paulo