Fundo gerido pelo Morgan Stanley teria perdido R$ 81 mi com Cruzeiro do Sul
O fundo Caieiras administrado pelo Morgan Stanley pode ter perdido cerca de 81 milhões de reais investidos nas ações do banco Cruzeiro do Sul (CZRS4) em 18 de maio. Na ocasião, em leilão realizado na Bovespa, foram adquiridos 8,939 milhões de papéis a 12,79 reais, o que correspondia a 114,3 milhões de reais. O preço do fechamento das ações nesta sexta-feira foi de 3,70 reais, o que sugere um prejuízo de 81 milhões de reais ao fundo.
A operação foi questionada pela proximidade da divulgação de que o Banco Central iria assumir o banco depois de constatar inconsistências contábeis em seu balanço. No dia 4 de junho, o BC colocou o Cruzeiro do Sul sob a administração do fundo de seguro de depósitos bancários, o FGC (Fundo Garantidor de Crédito) por um período de 180 dias. Os altos executivos e controladores foram afastados da instituição.
O Cruzeiro do Sul afirmou que a venda de ações foi realizada para adequar o banco às exigências do Nível 1 de Governança Corporativa da BM&FBovespa, que exige a circulação de 25% das ações no mercado. A instituição estava abaixo do índice por ter iniciado um programa de recompra dos papéis.
O HSBC encerrou na quarta-feira a análise das ações do banco por considerar que não pode mais confiar nos números divulgados anteriormente. Além disso, os analistas Victor Galliano e Mariel Santiago não ficaram satisfeitos com as respostas dadas diretor do FGC, Fábio Marone, durante conferência sobre a intervenção.
“As perguntas durante a teleconferência se concentraram nas causas das irregularidades contábeis e a estrutura de captação do banco, mas as respostas a elas não foram claras. Mentone enfatizou que a instituição manterá as atividades normais sem interrupções sob a nova administração, e que todos os passivos de terceiros serão honrados na data do vencimento”, disseram em um relatório. Desde o anúncio da intervenção, as ações do banco já caíram 51%.
Fonte: Gustavo Kahil, de