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Finanças comportamentais explicam ‘atração fatal’ por ganho fácil

sifrãoA sedução que muitas propostas miraculosas de investimento exercem sobre pessoas de todos os tipos pode ser explicada pelas finanças comportamentais, que estudam justamente a incapacidade dos indivíduos de serem racionais o tempo todo.

Pela linha de pesquisa, que põe em xeque o ser racional das teorias tradicionais, compreendemos como o excesso de confiança pode levar o investidor a ver um golpe como uma oportunidade única, ainda que não tenha entendido muito bem como funciona. Ouvir pessoas que dizem já ter ganhado com o negócio reforça o desejo de fazer parte.

“As pessoas têm dificuldade de correr atrás da informação completa, além de serem seduzidas pelo ganho fácil”, diz Alessandra Souza, sócia-diretora da Behavior Capital Management, que aplica a abordagem comportamental à atividade de gestão de recursos.

A pressão para decidir impede a coleta e o processamento de informações, que exigem esforço. Por fim, perceber o erro e escapar logo também não é tarefa fácil. “As finanças comportamentais dizem que é mais difícil vender quando se está perdendo dinheiro”, diz Alessandra.

Segundo Vera Rita Ferreira, professora de psicologia econômica da Fipecafi, a raiz do comportamento muitas vezes irracional de investidores está na própria história da humanidade. Durante milênios, o homem esteve preocupado com a sobrevivência imediata, o que, de certa forma, “programou o cérebro humano” para agir de olho no curto prazo. “Essa herança ainda dita boa parte do nosso comportamento. A avaliação é sempre rápida. Se a coisa me agrada, eu tendo logo a acreditar que ela é verdadeira”, diz a psicóloga.

Não por acaso, as pessoas costumam ter uma “atração fatal” por tudo que prometa uma grande recompensa rapidamente e sem muito esforço. Por isso, muitas ofertas de investimentos se tornam quase irresistíveis, diz Vera Rita. “Para a maioria das pessoas, a ideia de perder uma grande oportunidade é insuportável. E os golpistas sempre jogam com isso”, afirma.

De acordo com Vera Rita, o anseio atávico por ganhar muito no curtíssimo prazo leva as pessoas a ignorar ou subestimar os perigos. No fundo, fraudes e golpes prosperam porque os indivíduos não se dão conta do risco a que estão expostos. Uma das saídas para evitar cair em armadilhas é justamente avaliar as possibilidades de perda. E isso demanda tempo, calma e poder de análise. “É preciso resistir à pressão de decidir na hora e procurar mais informações com pessoas isentas e de confiança antes de aplicar o dinheiro.”

Assim, evitar o sentimento de autossuficiência e ter em mente que não se é tão racional talvez seja a primeira providência para não cair em golpes. (LS e AP)

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Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.