Notícias

Executivo (Rafael Palladino) comprou imóveis em Miami

Ultimas NoticiasDois dos principais executivos do PanAmericano, destituídos de seus cargos após a descoberta de irregularidades nos balanços do banco de Silvio Santos, destinaram recursos ao setor imobiliário nos últimos dois anos. Rafael Palladino, que até meados de novembro ocupava o posto de diretor superintendente da instituição, concentrou seus investimentos em Miami, destino habitual de muitos brasileiros abastados. Já o ex-diretor financeiro do PanAmericano, Wilson Roberto de Aro, optou por aplicar recursos no mercado local.

Os investimentos imobiliários de Rafael Palladino na capital do Estado da Flórida foram feitos entre setembro de 2009 e março deste ano. Durante esse período, o executivo desembolsou pouco menos de US$ 2 milhões na compra de dois luxuosos apartamentos na região norte de Miami Beach – um deles está à venda no momento.

O primeiro imóvel comprado na região foi uma das unidades do condomínio de luxo Artech Residences, localizado no bairro denominado Aventura, ao norte de Miami Beach. Construído em 2008, o Artech Residences tem a aparência externa semelhante a um transatlântico e possui à disposição dos condôminos marina particular, spa, piscina, quadra de tênis, academia de ginástica e cinema.

Palladino é proprietário do 526, um apartamento de 173 metros quadrados e três suítes. Ele foi adquirido em setembro do ano passado por US$ 458 mil, conforme consta no registro feito no Condado de Miami. Ainda segundo o documento, o valor de mercado da unidade em 2009 era de US$ 688,2 mil e neste ano passou a ser de US$ 442,4 mil, dada a queda no preço dos imóveis provocada pela crise econômica nos Estados Unidos.

O imóvel, no entanto, não está registrado em nome de Palladino, mas de uma das três empresas abertas por ele na Flórida – a Artech 526 LLC. De acordo com as informações constantes no setor de corporações do Departamento de Estado da Flórida, a Artech 526 LLC foi aberta no dia 21 de setembro de 2009 e desativada pouco mais de um ano depois, em 24 de setembro deste ano. Nessa mesma data, o ex-superintendente do PanAmericano desativou uma outra empresa registrada na Flórida em seu nome, a Ivy PH5 LLC, aberta em 4 de dezembro do ano passado.

A terceira empresa americana da qual Rafael Palladino é proprietário é a Max America of Florida LLC, aberta em 5 de agosto de 2009 e ainda em atividade, segundo registro feito no setor de corporações do Departamento de Estado da Flórida. A Max America, que tem como sócios o ex-executivo e sua mulher, Ruth Ramalho Ruivo Palladino, é a proprietária de um segundo imóvel em Miami – no condomínio de luxo Jade Beach, localizado na praia de Sunny Isles.

À beira do Atlântico, o Jade Beach foi construído em 2008. A unidade que Palladino e sua mulher possuem – a 2508, cujo condomínio é de US$ 1.600 mensais – tem 222 metros quadrados e quatro suítes. Segundo o documento de registro do imóvel no Condado de Miami, o apartamento foi comprado em março deste ano pela Max America of Florida LLC por US$ 1,4 milhão – seu valor de mercado hoje, segundo o documento, é de US$ 1 milhão.

Ainda que esteja avaliado por um valor inferior ao que foi pago, o apartamento de Palladino no condomínio Jade Beach está à venda pelo mesmo valor de compra. Dois sites de imobiliárias na internet oferecem o imóvel, colocado à venda em agosto. Em um dos sites, o anúncio do apartamento diz que seu preço foi reduzido para venda imediata.

Se respeitadas as regras vigentes, brasileiros que aplicam seus recursos na compra de imóveis no exterior não incorrem em nenhuma prática ilegal, independentemente da forma como fazem os investimentos – se por meio da pessoa física ou da pessoa jurídica. Segundo Luiz Henrique Perlingeiro, consultor executivo da Westchester Financial Group, consultoria com sede na Flórida que atua na área de planejamento sucessório e proteção patrimonial, não há problema em constituir uma empresa do tipo LLC – que equivale à limitada brasileira – e, por meio dela, adquirir imóveis. Ele diz que o procedimento é muito usado em ações de planejamento sucessório, já que a tributação americana sobre um imóvel transmitido a herdeiros após a morte do titular pessoa física é de 47% sobre seu valor.

Da mesma forma, se a LLC receber recursos provenientes do Brasil que tenham origem legal, estejam declarados ao fisco e tenham sido remetidos ao exterior conforme as regras do Banco Central (BC), a operação é regular. No caso de Palladino, a Junta Comercial do Estado de São Paulo (Jucesp) registra duas remessas de dólares feitas por uma das cinco empresas que possui em São Paulo (veja quadro acima) – além delas, o executivo tem postos de combustível. De acordo com o documento disponível na junta, em duas datas a brasileira Max America Negócios Imobiliários remeteu recursos para a Max America of Florida: US$ 300 mil em 14 de setembro de 2009 e US$ 2 milhões em 14 de maio deste ano.

Valor procurou os advogados de Rafael Palladino, Celso Vilardi e o ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos, que não haviam se manifestado à imprensa desde que passaram a atender o executivo. Vilardi disse apenas que os investimentos mencionados pela reportagem estão de acordo com as normas legais brasileiras.

Fonte: Cristine Prestes, Valor Economico

marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.

One thought on “Executivo (Rafael Palladino) comprou imóveis em Miami

  • ROMÃO MIRANDA VIDAL

    De paladino o homem só tem o sobrenome.
    Mas quando o negócio apresenta aberturas e fechamentos de firmas ou de empresas no exterior, a coisa já está ficando complicada.
    Mas…quando a situação exige a participação do ex-ministro, do qual me recuso citar o nome, a situação está escabrosa.
    Provavelmente o ex-ministro irá cobrar algo acima dos 25% e com o expertise que tem, nada irá ocorrer como sempre acontece com quem tem dinheiro (dos outros em sua maior parte)e mais uma vez a Justiça ficará cega e nós pobres brasileiros correntistas do PanAmericano, ficamos com os olhos cheiros de pimenta…

Fechado para comentários.