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Escassez de Crédito vai piorar com perda de grau de investimento

Prev a perdasA perda do grau de investimento pelo Brasil, na semana passada, vai intensificar a escassez de crédito para as empresas brasileiras e deixar algumas delas em situação delicada.

O tamanho do desafio das companhias para lidar com esse cenário adverso fica evidente nos números bilionários de dívidas que vencem no ano que vem.

Pelos dados do Banco Central, o volume total a ser pago (ou renegociado) soma US$ 65 bilhões, sendo US$ 54,8 bilhões do setor privado.

O quadro já vinha bastante difícil desde o primeiro semestre com a crise fiscal e piorou com a decisão da equipe econômica de rever as metas de superávit primário para os próximos anos.

As condições se deterioram ainda mais com a sequência de más notícias que antecederam o rebaixamento do Brasil pela agência de classificação de risco Standard & Poor’s, como a crise política cada vez mais intensa e a proposta de Orçamento deficitário entregue ao Congresso Nacional.

O reflexo de tanta incerteza fez o Credit Default Swap (CDS) – espécie de seguro contra o risco de calote do Brasil – subir de 200 pontos no início do ano para 386 pontos na quinta-feira. O valor está muito acima do verificado em países com grau de investimento.

No dia a dia das companhias, a escalada do risco se traduziu na redução do apetite dos investidores por papéis brasileiros e no aumento do custo das operações de crédito. Para comprar um título nacional, o investidor passou a exigir um retorno muito maior.

“Há dois meses, um bond de Petrobrás que vence em 2021 tinha uma taxa de dólar mais 5,80% ao ano. Esse papel hoje tem uma taxa de dólar mais 9,80% ao ano”, afirma Damont Carvalho, sócio da Claritas Investimento.

O problema, mostra um relatório do Banco Mizuho, é que o País é altamente dependente da entrada de capitais estrangeiros para financiar o investimento dada a sua baixa taxa de poupança interna. “Com a perda do grau de investimento, os investidores devem se tornar mais relutantes em investir no Brasil.”

Captações externas

O aumento do custo do crédito assustou as empresas, que reduziram drasticamente o volume de emissões no exterior.

De janeiro a julho, as captações no mercado internacional caíram 78% – de US$ 37,3 bilhões em 2014 para US$ 8,1 bilhões neste ano, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

“As empresas estão mantendo a captação no mínimo possível. Só captam o que precisam para o garantir um plano de investimento para o ano”, afirma a diretora da Anbima, Carolina Lacerda.

Na avaliação dela, há mercado para emissão de dívida no exterior, mas o custo é bem alto e a volatilidade do dólar torna a operação menos atrativa. Isso deve empurrar muitas companhias para o mercado doméstico, de capitais ou financeiro.

No caso dos bancos, no entanto, não há apetite para emprestar, diz Carolina. “

O setor está consolidado e com as carteiras expostas em Eike Batista, Odebrecht e outras empresas envolvidas na Operação Lava Jato e com a Petrobrás. Os bancos não têm capacidade de financiar mais essas grandes empresas muito menos as pequenas, cujo crédito é mais complicado.”

Além do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que também está restringindo a concessão de crédito, restará às empresas o mercado local de dívidas.

“Companhias que antes faziam operações no exterior (por causa dos custos mais baixos) passarão a se financiar no mercado local, que continua funcionando”, afirma a superintendente executiva de mercado de capitais de dívida do Santander, Cristina Schulman.

Mas esse mercado também já apresentou aumento nos custos de captação e financiamento. As taxas futuras de juro para 2025, por exemplo, subiram de 12,50% ao ano para 15% desde que o governo anunciou a revisão da meta fiscal.

“Isso nos faz imaginar que o custo do dinheiro no Brasil vai continuar alto nos próximos anos”, afirma Silvio Campos Neto, economista da Tendências Consultoria.

Pelos dados da Anbima, as captações no mercado interno somaram R$ 60,3 bilhões entre janeiro e julho ante R$ 88,5 bilhões de igual período do ano passado.

Leia mais em: http://exame.abril.com.br/economia/noticias/credito-vai-piorar-com-perda-de-grau-de-investimento

marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.