Notícias

Escândalo contábil: Ex-chefe da Olympus pede troca da diretoria

Michael Woodford, ex-executivo-chefe da Olympus que revelou fraude financeira na empresa, renunciou do cargo de conselheiro da fabricante de câmeras fotográficas e equipamentos médicos e convocou uma assembleia de acionistas extraordinária para substituir a administração.

Num comunicado divulgado em Nova York, onde ele se encontrou com agentes do Federal Bureau of Investigation (FBI) que estão investigando as conexões americanas no escândalo, Woodford disse que planeja endossar uma lista de novos candidatos para o conselho, preparando o palco para uma disputa a ser decidida pelos investidores.

“Eu quero voltar e estar com os meus colegas e levar a empresa adiante”, disse o britânico, que foi demitido em outubro.

O conselho da Olympus demitiu Woodford depois que ele questionou outros executivos sobre mais de US$ 1 bilhão em pagamentos suspeitos relacionados a aquisições feitas pelo seu antecessor. Mas ele manteve o cargo de conselheiro, do qual só pode ser retirado pelos acionistas.

Desde sua demissão, a Olympus admitiu que usou as aquisições como um disfarce para se livrar de prejuízos em investimentos que ela vinha escondendo desde a década de 90. Três outros executivos perderam seus empregos devido ao escândalo, mas Woodford pediu que o conselho todo renuncie.

“É totalmente inapropriado que a gestão atual, que está marcada por seus erros do passado, escolha os nomes dos membros do novo conselho”, disse.

Shuichi Takayama, novo presidente da Olympus, era um conselheiro na época das aquisições e votou a favor da demissão de Woodford. Takayama disse que ele e outros conselheiros planejam renunciar, sem especificar uma data. Na segunda-feira passada, Takayama sugeriu que ele e los conselheiros restantes planejam supervisionar a transição para uma nova equipe administrativa – em essência, deixando transparecer que iriam escolher seus sucessores.

Um comitê de especialistas reunido pela Olympus para examinar a contabilidade da empresa deve apresentar suas conclusões neste mês, mas a próxima assembleia ordinária não está deve acontecer antes de junho. A Olympus tem até 14 deste mês para apresentar as demonstrações financeiras corrigidas para a Bolsa de Valores de Tóquio, caso contrário perderá automaticamente seu registro.

Takayama espera cumprir o prazo, e Woodford defende que a empresa não perca seu registro na bolsa, mas que os executivos sejam punidos em vez disso.

As ações da Olympus caíram mais de 80% nas semanas que se seguiram à revelação do escândalo, mas os investidores vêm voltando a comprar o papel desde meados do mês passado, que está agora cerca de 60% abaixo do nível que estava antes da demissão de Woodford.

Na semana passada, Woodford voltou ao Japão pela primeira vez desde então para reuniões com a polícia, promotores públicos e autoridades reguladoras do setor financeiro.

Woodford deixou o Japão imediatamente após ter sido demitido pelo conselho de administração em 14 de outubro, temendo por sua segurança pessoal.

A Olympus identificou Tsuyoshi Kikukawa, ex-presidente do conselho de administração, Hisashi Mori, ex-vice-presidente, e Hideo Yamada, auditor da companhia, como envolvidos na fraude. Mori foi demitido, embora continue como membro do conselho de administração da empresa, juntamente com Kikukawa e Yamada, que pediram demissão.

Fonte: Jonathan Soble | Financial Times, Valor Economico

marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.