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É preciso dar um toque pessoal à área de TI

Relacionamentos são complicados, complexos… E o relacionamento entre as áreas de negócio e a de TI não é exceção. Como tantos outros relacionamentos,um bom começo para dar certo é acordar os papéis e a estrura depoder. (Não se preocupe,não estou prestes a mergulhar no tema do casamento e o que fazer a respeito.)

Como discutido na semana passada, um bom relacionamento da área de TI com seus pares das áreas de negócio depende da qualidade das interações entre as partes. E essas interações são construídas sobre papéis individuais: O CIO interage com a empresa, com outros executivos da diretoria, enquanto os chefes de desenvolvimento de aplicações, operações, e assim por diante fazem o mesmo os gerentes da linha de frente.

O que nos leva a níveis – e à importância da interação pessoal.

Considere isto: analistas de Help desk interagem com os funcionários de diversos níveis no organograma da empresa. Desenvolvedores também interagem com os funcionários de diversos níveis nas fileiras de negócio. O pessoal da área de operações fica um pouco mais isolado, mas não muito – algumas situações também podem colocá-los em interação direta com as áreas de negócio.

Portanto, a qualidade do relacionamento entre negócio/TI como um todo depende das conexões certas, de pessoa para pessoa, de equipe para equipe… E cada uma dessas interações depende de pelo menos três dinâmicas distintas.

A primeira diz respeito ao modelo de relacionamento comercial entre a equipe de TI e as das áreas de negócio. Se os funcionários de TI continuarem a considerar os demais funcionários da empresa como clientes, em vez de parceiros, o resultado será muito ruído e baixa produtividade.

A segunda, à perspectiva de papel para papel. Quando o CIO interage com o resto da equipe executiva da empresa como líder de tecnologia da empresa e conselheiro sobre o assunto de TI, os chefes de desenvolvimento de aplicações e operações a área de TI estarão em funções equivalentes ao interagir com seus pares de negócios. Quando analistas de negócio param de perguntar aos gerentes de negócios o que eles querem que o software faça e começam a perguntar o que poderiam fazer para melhorar a forma como trabalham, o que poderia ser feito de modo diferente e melhor para aumentar a produtividade e a receita, essa atitude reflete a mudança do papel do CIO.

Note que estamos falando de interações baseadas em funções, que nada têm a ver com personalidades. Dizem respeito ao que cada indivíduo faz na empresa e o que os integrantes de uma equipe precisam fazer juntos para levar a empresa adiante. A princípio, com uma programação bastante engenhosa, os robôs poderiam ter as mesmas interações, com resultados equivalentes – desde fossem programados para o mesmo conjunto de APIs.

O que nos leva à terceira dinâmica: a importância do relacionamento interpessoal. Afinal, estamos lidando com seres humanos (você e eu incluídos) com todas as suas (nossas) fraquezas, idiossincrasias, preconceitos, humor, e pressupostos inconscientes. O fato é que, se o relacionamento interpersonal falhar, serão grandes as chances de nada mais dar certo. O melhor desenho organizacional, o modelo de integração mais claro e mais bem avalidao, e os mecanismos de governança mais bem desenhados de nada adiantarão se no dia-a-dia os seres humanos não puderem confiar e entender uns aos outros.

Todas as três dinâmicas estão acontecendo ao mesmo tempo em todos os níveis de interação entre cada empregado da área de TI e quem eles estejam lidando naquele momento nas áreas de negócio. Nem pense em tentar controlar todas. Você não conseguirá.

Preparando o cenário para o sucesso

Primeiro: É a liderança que deve construir o modelo de relacionamento na cultura empresarial. Deve ser como a gravidade – algo que todos entendam tão bem que nem sequer notem.

Isso não é algo que os líderes de TI possam fazer por conta própria, é claro. Eles precisam trabalhar com os seus pares em todo o negócio de modo que a colaboração passe a ser uma expectativa inconsciente de todos.

É fácil de dizer, mas difícil de fazer – e absolutamente essencial.

Segundo: Oriente o time de TI a esclarecer os papéis de cada um com quem eles estão trabalhando/colaborando já na primeira vez: “Aqui está o meu entendimento do que estamos tentando fazer, e aqui está o meu entendimento do que cada um de nós precisa fazer para realizá-lo. Será que correspondem à sua compreensão? ” Cuidar disso antes que todos os relacionamento interperssoais sejam estabelecidos é essencial. Com todas as peças no lugar, e regras sobre a mesa, será muito mais fácil para todos os envolvidos construir relações de confiança necessárias para colaborar de forma eficaz.

Fonte: Bob Lewis, Infoworld/EUA

marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.