Notícias

CVM vai acompanhar caso do fechamento dos fundos da GWI

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) vai acompanhar os desdobramentos do fechamento dos fundos da gestora GWI. As nove carteiras, incluindo uma de investimento no exterior e uma de funcionários da gestora, foram fechadas para resgate na sexta-feira pelo administrador, o banco BNY Mellon, depois de um dos fundos registrar perdas além do patrimônio. As carteiras em geral vinham apresentando pesadas perdas por conta de apostas alavancadas em papéis de baixa liquidez, especialmente as ações do Marfrig.

O caso mais grave é o do fundo GWI Private, de investimentos no exterior, que terminou dia 10 com patrimônio negativo de R$ 25,8 milhões – ou seja, os seis cotistas da carteira terão que cobrir esse rombo. No início de agosto, ele tinha patrimônio de R$ 181,5 milhões. A carteira possuía aplicação mínima de R$ 10 milhões.

Todos os fundos da GWI tiveram perdas, o que fez o patrimônio da gestora cair de R$ 387 milhões no começo de agosto para R$ 82 milhões no dia 10, uma perda de 79% em oito pregões.

O impacto do fechamento dos fundos da GWI não foi maior porque a clientela da gestora era concentrada. O maior fundo, o Leverage, tinha cerca de 500 cotistas, em geral, pessoas da comunidade coreana, ligadas ao gestor Mu Hak You.

A CVM informou também que não há sinais de problemas com outras gestoras, apesar de muitos fundos multimercados e de ações estarem apresentando fortes perdas por conta da queda da bolsa, especialmente os alavancados, que assumem riscos além de seu patrimônio. Os administradores das carteiras, como o BNY Mellon, Itaú e Bradesco, que fiscalizam o trabalho dos gestores, são obrigados a informar a CVM no caso de algum fundo ultrapassar os limites estabelecidos em seus regulamentos.

Em nota, a CVM diz que “está acompanhando de perto os acontecimentos com os fundos geridos pela GWI e, em relação a outros possíveis casos similares, vale mencionar que (…) no momento não há registro de desenquadramento em relação a limites de alavancagem e exposição.”

Não é a primeira vez que os fundos da GWI são fechados pelo administrador. Na crise de 2008, ocorreu o mesmo com duas carteiras depois da forte queda das bolsas. Não foram registrados, porém, irregularidades na condução das carteiras, como riscos além dos autorizados, e os fundos foram reabertos. A gestora inclusive ampliou o leque de fundos, criando carteiras mais conservadoras, como um fundo de dividendos.

Fonte: Angelo Pavini e Luciana Monteiro, Valor Economico

marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.

One thought on “CVM vai acompanhar caso do fechamento dos fundos da GWI

  • Gilson Tavares Costa

    Prezado Macos Assi,

    Considerando que sou um leigo em relação à Gestão terceirizada de recursos, bem como em pesquisas de sites sobre investimentos em ações, fundos de ações, entre outros, e o BNY Mellon é uma das Gestoras de recursos estimados em bilhões de reais da FUNCEF – Fundo de Pensão dos Funcionários da Caixa Econômica Federal, conforme pode ser visto no endereço eletrônico
    (http://www.funcef.com.br/flipbook/relatorio_anual_2010/index.html), páginas 43 a 46 do Relatório,
    fiquei curioso para saber se há algum site, de domínio público, no qual posso confirmar o total das aplicações realizadas pela BNY MELLON ADMINISTRACAO DE ATIVOS LTDA, em renda variável.

    As recentes notícias publicadas em jornais nas quais são mencionadas que “fundos ” administrados pela BNY MELLON “viraram pó”, citam valores que são “troco” diante do que ela administra da FUNCEF.

    Saudações
    Gilson Tavares Costa

Fechado para comentários.