Notícias

Custo para abertura de capital fica em torno de 4,8% do valor da oferta inicial nos últimos 12 anos

Resultado de imagem para abertura de capitalOs dados revelam que o custo para a abertura de capital no Brasil ficou em 4,8% do valor distribuído das ofertas iniciais lançadas pelas empresas que fizeram IPOs (initial public offerings, ou ofertas públicas iniciais de ações) nos últimos 12 anos. O levantamento é da Deloitte, em parceria com a B3 – Brasil, Bolsa, Balcão. Essa é umas das principais preocupações das empresas de capital fechado que pretendem entrar no mercado de ações.

O levantamento “Custos para abertura de capital no Brasil – Uma análise sobre as ofertas entre 2005 e 2017” foi realizado com 198 companhias que abriram capital ou realizaram ofertas subsequentes de ações (as chamadas follow-ons) entre janeiro de 2005 e abril deste ano.

De acordo com a análise, na mediana dos indicadores, o custo para a realização das três ofertas públicas de ações realizadas até abril de 2017 (4,9% do valor das ofertas), foi maior do que o registrado em relação ao único IPO promovido em 2016 (3,7%). Em 2015, ano da pesquisa anterior, a mediana de custos ficou em 4,5% do valor dos IPOs.

A pesquisa aponta também que, entre janeiro de 2005 e abril de 2017, foram realizadas 149 IPOs e 110 follow-ons no Brasil. No entanto, em apenas dois anos (2006 e 2007) aconteceram quase 63% de todas as aberturas de capital do período.

Para manter a homogeneidade da amostra analisada, o estudo desconsiderou operações com valores de distribuição superiores a R$ 10 bilhões, assim como as ofertas de ações com esforços restritos de distribuição conforme a Instrução da Comissão de Valores Mobiliários – CVM 476, estas destinadas apenas a um número limitado de investidores qualificados.

É interessante perceber também que, na mediana, o custo das operações de follow-on ficou em 3,7% do valor das ofertas, abaixo, portanto, ao dos gastos registrados pelas companhias que realizaram IPOs. A diferença se dá especialmente porque os investimentos para viabilizar a transformação de uma empresa de capital fechado para uma companhia aberta são consideráveis.

“Após realizarem um IPO, as companhias passam a fazer parte de um grupo de empresas que precisam seguir princípios de governança, compliance e transparência para dar respostas adequadas a um mercado regulado e, especialmente, aos acionistas. Dessa forma, e tendo em perspectiva apenas a manutenção dessas estruturas incorporadas para a abertura de capital, o custo para a realização de um follow-on naturalmente acaba sendo mais baixo”, explica Fernando Augusto, sócio-líder de Mercado de Capitais da Deloitte.

De acordo com o estudo da Deloitte, a transição de uma empresa fechada para uma companhia de capital aberto, desde que bem planejada, é um processo simples.

As organizações que tenham o IPO em sua estratégia devem se preparar com antecedência e avaliar cuidadosamente os desafios, as oportunidades e os riscos envolvidos nesse processo, contando, em muitos casos, com o auxílio de consultores em diversas áreas.

Variedades de custos

Se uma empresa decide abrir seu capital, terá de lidar basicamente com três tipos diferentes de custos: os diretamente ligados à preparação da empresa para se tornar uma companhia aberta; os associados à oferta, ou seja, os próprios custos de abertura de capital; e aqueles naturalmente associados à condição de uma companhia aberta.

Os custos relativos à preparação da empresa para a abertura de capital dependem, essencialmente, da estrutura que a empresa já possui, segundo o estudo da Deloitte. Além disso, cada setor de atuação possui características e comportamentos específicos, o que deve ser levado em consideração no levantamento de custos para a abertura de capital.

“Tendo em vista que abrir o capital pressupõe, por exemplo, que a empresa seja auditada por uma firma de auditoria externa e que possua um nível adequado de transparência, de controles internos e de governança corporativa, é possível dizer que empresas que tenham investido em uma preparação de longo prazo serão menos impactadas por esses custos”, indica Fernando Augusto.

No processo de abertura de capital e oferta pública de ações, as empresas precisam escolher um ou mais coordenadores competentes que serão bancos de investimentos, já que toda oferta pública deve ser conduzida por uma instituição financeira autorizada a atuar no sistema de distribuição de valores mobiliários. As despesas com os coordenadores são geralmente os custos individuais mais altos da abertura de capital e são negociadas diretamente entre a empresa e os coordenadores.

Já os honorários advocatícios estão basicamente relacionados à preparação do pedido de registro de companhia aberta, dos documentos da oferta, negociação do contrato de coordenação e distribuição, diligência das informações da companhia, questões societárias e outras que surgem no decorrer do processo de registro e oferta.

Há ainda os honorários dos auditores independentes, que se referem basicamente à participação desses profissionais na auditoria das demonstrações financeiras que são objeto para obter o registro de companhia aberta e na emissão das cartas de conforto aos coordenadores sobre determinadas informações financeiras dos documentos da oferta.

No caso do trabalho dos auditores, as despesas são proporcionalmente mais altas quando são necessárias auditorias separadas de demonstrações financeiras de empresas adquiridas ou a serem adquiridas, investidas contabilizadas pelo método de equivalência patrimonial e garantidores financeiros.

“As empresas que decidem abrir seu capital devem ter em mente que o mercado passa a ter uma melhor percepção das companhias que entram para a bolsa de valores, especialmente em razão da adoção de práticas contábeis mais formais e rigorosas, fiscalizadas pela CVM e B3, melhores controles financeiros, sistemas de compliance, governança e gestão de riscos, transparência, adequação a um novo ambiente de regulamentação e fiscal e pela criação de canais de comunicação direta com acionistas e analistas de mercado”, conclui Fernando Augusto.

Fonte: www.ultimoinstante.com.br – valor-da-oferta-inicial-nos-ultimos-12-anos

marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.