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Controles internos para mapear e evitar operações de lavagem de dinheiro

Controles Internos - 2ª edA matéria do Valor Economico do dia 27/03/2014, me deixou boquiaberto no inicio da matéria dizendo que:

“Os bancos brasileiros se mobilizam para implementar mudanças drásticas em seus controles internos responsáveis por mapear e evitar operações de lavagem de dinheiro. O tema entrou no radar muito antes de a Operação Lava­ Jato jogar gasolina no assunto. As leis de lavagem de dinheiro e anticorrupção aumentam o risco de responsabilização dos bancos em caso de crimes de lavagem.”

Engraçado já falo há muito tempo que devemos mudar a postura das pessoas e cobrar muito mais da alta administração e de seus gestores responsáveis pela gestão operacional das instituições, mas o que me incomoda é que em muitos casos mesmos com politicas de conduta e ética, de prevenção a lavagem de dinheiro, de cadastro, eles são os primeiros a criarem as “exceções” nos processos fragilizando todo os processos da instituição.

A matéria ainda diz que: “A mudança nos controles terá consequências econômicas importantes para o sistema financeiro e a mais visível é o fechamento de contas correntes de empresas e setores que deixam os bancos mais vulneráveis, como corretoras de câmbio, joalherias e postos de gasolina.”

Agora gostaria de saber como os fraudadores de boletos bancários, abrem contas em bancos de varejo, fazem suas transações ilícitas e simplesmente somem sem deixar rastros? Como agentes de cambio não autorizados (doleiros) fazem suas transações em casas de cambio e ninguém fica sabendo? É no minimo curioso, mas como disse em meus artigos na sexta feira – Agora todo mundo quer saber de programa de compliance e Controles internos só valem em época de crise?, muita gente se diz preocupado com o assunto, mas logo esquecem, primeiro um susto, depois mudamos os processos, e por ultimo fazemos as coisas para atender a auditoria e os órgãos reguladores.

E para concluir a matéria: “É nesse cenário de uma regulação doméstica mais dura contra a lavagem que se desenrola a Operação Lava­ Jato. Empresas de fachada usadas pelos doleiros do esquema de Alberto Youssef abriram contas em todos os principais bancos do país, por onde transitou dinheiro do “petrolão”. Há agora grande expectativa sobre como o Ministério Público Federal procederá em relação aos bancos a partir das investigações dessas operações.”

Bom basta lembrar que o banco Rural, liquidado pelo Bacen em 2013, foi um dos operadores do Mensalão, algumas pessoas esquecem, mas eu não. Existe grande grande expectativa a respeito de como o Ministério Público Federal irá proceder em relação aos bancos a partir das investigações dessas operações. As averiguações já mostraram, conforme reportagem do repórter André Guilherme Vieira, do Valor, que gerentes das agências dos bancos foram cooptados pelo esquema do doleiro para abrir tais contas. Resta saber se, quando e como os bancos serão responsabilizados pelos atos de seus  funcionários. Ainda no ano passada havia uma expectativa de que o MPF pudesse acionar judicialmente os bancos por tais operações. Até agora isso não aconteceu e os bancos têm colaborado em maior ou menor grau com as investigações.

Espero que alguma coisa realmente aconteça, pois não basta ser compliance, devemos estar em compliance, mas quando as metas e necessidade de resultados superam as boas praticas de mercado, colocamos em risco a imagem de nossas empresas, #pensenisso.

* Marcos Assi é professor e consultor da MASSI Consultoria – Prêmio Anita Garibaldi 2014, Prêmio Quality 2014, Prêmio Top of Business 2014 e Comendador Acadêmico com a Cruz do Mérito Acadêmico da Câmara Brasileira de Cultura, professor de MBA na FIA, FECAP, Saint Paul Escola de Negócios, UBS, Centro Paula Souza, USCS, Trevisan Escola de Negócios, entre outras, autor dos livros “Controles Internos e Cultura Organizacional”, “Gestão de Riscos com Controles Internos” e “Gestão de Compliance e seus desafios” pela Saint Paul Editora. www.massiconsultoria.com.br

marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.