Conselheiro deve chefiar comitê de auditoria na Petrobras
Eleito conselheiro de administração da Petrobras na semana passada, Nelson Carvalho deve ser o coordenador do comitê de auditoria da empresa, conforme o Valor apurou com fontes próximas. O profissional desempenha a mesma função nos comitês da BM&FBovespa e no Grupo Pão de Açúcar (GPA), sendo que a varejista, assim como a petrolífera, também tem ações listadas em Nova York.
Professor da área de contabilidade na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP, Carvalho tem 25 anos de experiência em auditoria e é membro do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC). No conselho eleito atualmente, nenhum outro integrante tem carreira na área contábil. Procurado pela reportagem, Carvalho não quis comentar o assunto.
Embora não seja uma exigência da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), tanto a BM&FBovespa como o GPA disponibilizam ao público os relatórios anuais preparados por seus comitês de auditoria. Nesses documentos, há uma descrição dos principais temas discutidos durante o ano, o que inclui áreas mais sensíveis como constituição de provisões para perdas em processos judiciais e questões ligadas ao aperfeiçoamento de controles internos em diferentes segmentos das empresas.
Na Petrobras, os novos integrantes do comitê de auditoria terão trabalho dobrado este ano, uma vez que, em decorrência dos problemas de corrupção verificados, a estatal admitiu em comunicado enviado à Securities and Exchange Commission (SEC) reguladora do mercado de capitais americano na semana passada que vai reportar a existência de “debilidade relevante” nos sistemas de controle interno para a preparação de demonstrações financeiras.
Na gestão anterior, o comitê de auditoria da Petrobras era formado pelo presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, pela ex ministra Miriam Belchior e por Sergio Quintella, da FGV.
O conselheiro independente Mauro Cunha (que não se candidatou para novo mandato neste ano) chegou a integrar o comitê no passado, mas foi retirado desta posição em 2014 depois de questionar o balanço publicado de 2013 alegando que eram necessárias baixas contábeis na refinaria de Abreu e Lima e no Comperj.
Fonte: Valor Economico