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Bancarização: Quase metade da população não é cliente bancário

A auxiliar de escritório Daiane Arruda da Silva, 21 anos, moradora de Brasília (DF), abriu sua primeira conta em banco em 2010, por considerar “mais seguro do que ficar com dinheiro em casa”. Porém, ela não conseguiu convencer seus pais a fazer o mesmo. “Já tentei falar para eles abrirem uma conta, mas não gostam de mexer com cartão, não entendem como funciona”, relata.

Para Daiane, a abertura de conta dá muitas vantagens, como o acesso a cartão de crédito e cheque especial, no entanto ela ainda não possui esses produtos. Ela diz que, futuramente, pretende tomar um empréstimo imobiliário para comprar uma casa.

De cada dez brasileiros com mais de 15 anos, pouco mais da metade tem conta em banco. Na comparação com outros países, o Brasil sai na frente por exemplo da Argentina, onde apenas três a cada dez mantêm conta corrente, e do Chile, com quatro entre dez pessoas. No entanto, está distante da Alemanha, onde 98,1% têm conta em banco. Os dados, retirados do relatório “Global Financial Inclusion Database” do Banco Mundial, mostram que ainda há muito espaço para o Brasil avançar.

A própria mobilidade social indica as oportunidades para os bancos. Em 2003, 66 milhões de brasileiros tinham renda mensal per capita entre R$ 214 e R$ 923 e pertenciam à classe C. A projeção da FGV para 2014 é que esse número chegue a 113 milhões de pessoas.

“Em termos estatísticos, ainda tem espaço para crescer”, diz Luiz Edson Feltrin, diretor de assuntos especiais do Banco Central. A visão da autoridade é que não necessariamente a inclusão financeira passa pela conta corrente. “No Quênia, por exemplo, a inclusão se deu pelo celular como meio de pagamento.”

No entanto, a avaliação do BC é que hoje o Brasil já conta com a infraestrutura bancária capaz de atender a população. “A questão da capilaridade está equacionada”, afirma Feltrin. Todas as 5.565 cidades do país contam com algum tipo de atendimento bancário.

Nos bancos, a perspectiva é de crescimento ano a ano da base de correntistas. “Há potencial para crescer, mas daqui para a frente os bancos vão ter de se reinventar, criar produtos mais acessíveis”, diz Simão Kovalski, gerente-executivo de clientes do BB.

Contas cujas tarifas se transformam em bônus de celular, por exemplo, têm caído no gosto da população. O Bradesco ganhou 400 mil novos correntistas nos últimos três anos por causa dessa modalidade de conta.

Com o auxílio de lotéricas e correspondentes, a Caixa contabilizou 2,9 milhões de contas poupança ou contas Caixa Fácil, que são contas correntes simplificadas, abertas em 2012 por pessoas que até então não tinham acesso a banco. “Nossa estimativa para 2013 é superar a marca de 3,1 milhões de abertura de contas de pessoas com esse perfil”, diz Katia Torres, da Caixa. (KS e CM)

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marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.