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Coaf vai aprimorar sistema de interação com instituição financeira

CoafO Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), responsável por monitorar movimentações financeiras atípicas, vai implementar, a partir da segunda metade deste ano, um novo sistema tecnológico para aprimorar a interação com bancos e outras instituições acompanhadas pelo órgão. A implementação vai durar até o ano que vem, afirma Antonio Carlos Ferreira de Sousa, diretor de análise e fiscalização do órgão.

O novo sistema pretende aprimorar os padrões de formulários mandados pelas instituições financeiras e   deve levar à emissão de circulares do Banco Central sobre o tema. Também tornará mais específicos os formulários para outros setores que mandam informações para o Coaf que não o bancário corretoras de câmbio, planos de saúde, entre outros.

“Só é possível pegar esse tipo de crime com ajuda dos bancos. É o gerente que vê as inconsistências do cliente, que vê se a empresa existe de fato”, disse Sousa, em evento em São Paulo.

Segundo Sousa, “o grande desafio do Coaf é a qualidade das informações que vêm dos bancos” e este é um tema que tem sido reforçado com os bancos e com o Banco Central.

O executivo destacou a importância das informações prestadas ao Coaf para servir de base a operações que são deflagradas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público, como no caso da Operação  Lava ­Jato.

“Essa operação grande que está em curso agora foi comunicada pelo Coaf aos órgãos investigadores pelo menos dois anos antes de estourar”, afirmou. “É normal que em operações complexas como a atual haja um período de incubação, de investigação, que dure de um a dois anos depois de o Coaf ter sinalizado a movimentação atípica.”

Só as investigações da Lava ­Jato resultaram em quase 250 relatórios pelo conselho, na medida em que os investigadores levantam novos fatos sobre o esquema. “O Coaf é um grande apoiador dessas investigações”, disse o diretor, ao participar do Ciab Febraban, congresso de tecnologia da informação voltado para instituições financeiras.

Ao todo, no ano passado, o Coaf produziu 3,2 mil relatórios. O órgão recebe, em média, 5 mil ocorrências por  dia.

Sousa também afirmou que tem avançado a discussão sobre tipificação de crimes de terrorismo e financiamento dessas atividades no país. “O Brasil é um dos poucos países do mundo em que isso não está resolvido, mas a discussão está caminhando.”

Outra frente que o órgão trabalha para aprimorar é a relação com o setor de seguros. Hoje, o Coaf tem um aproveitamento muito baixo das informações que recebe das seguradoras ­ só 1,41% serve, de fato, para subsidiar uma análise mais profunda. Em conjunto com a Superintendência de Seguros Privados (Susep), devem ser publicadas em breve novos padrões para o envio de informações ­ de modo a dar mais qualidade para aquilo que é recebido pelo Coaf.

Com o Conselho Nacional de Justiça, o Coaf também tenta criar uma base estatística para crimes de lavagem de dinheiro no país. Não há data, porém, para o projeto ficar pronto.

Fonte: Valor Economico

marcos

Professor, Embaixador e Comendador MSc. Marcos Assi, CCO, CRISC, ISFS – Sócio-Diretor da MASSI Consultoria e Treinamento Ltda – especializada em Governança Corporativa, Compliance, Gestão de Riscos, Controles Internos, Mapeamento de processos, Segurança da Informação e Auditoria Interna. Empresa especializada no atendimento de Cooperativas de Crédito e habilitado pelo SESCOOP no Brasil todo para consultoria e Treinamento. Mestre em Ciências Contábeis e Atuariais pela PUC-SP, Bacharel em Ciências Contábeis pela FMU, com Pós-Graduação em Auditoria Interna e Perícia pela FECAP, Certified Compliance Officer – CCO pelo GAFM, Certified in Risk and Information Systems Control – CRISC pelo ISACA e Information Security Foundation – ISFS pelo EXIN.