Chefe do J.P. se demite após multa
O chefe global para renda variável de mercado de capitais do J.P. Morgan, Ian Hannan, renunciou ao seu posto para responder a uma acusação feita pela autoridade financeira da Grã-Bretanha, em que ele supostamente se valeu de informação privilegiada (“insider information”, no termo em inglês) perante clientes.
Foi determinado que Hannan, que era baseado em Londres, pague 450 mil libras esterlinas (US$ 720 mil) em multa à Financial Stability Authority (FSA), a agência reguladora do país.
O executivo, de 56 anos, deu detalhes para um cliente desconhecido sobre uma proposta de oferta de aquisição da companhia Heritage Oil, além de se valer do conhecimento de novas descobertas de petróleo pela mesma companhia, em dois e-mails enviados em 2008, informou a FSA em um comunicado. Hannan afirmou que estava agindo de acordo com os interesses de seus clientes.
“Eu realmente acredito que as conclusões da FSA estão erradas e não vejo a hora de poder confrontá-las”, disse. Ele estava entre os banqueiros que aconselhavam a Xstrata, uma das maiores mineradoras do mundo, que era foco de uma possível oferta por parte da Glencore International.
No J.P. Morgan, que também realiza serviços de corretagem para a Xstrata, Hannan auxiliou a companhia mineradora a vender ações no ano de 2002, e se envolveu em muitas das suas posteriores compras, incluindo uma aquisição de US$ 18,1 bilhões da Falconbridge, produtora canadense de níquel.
“Informação privilegiada é uma coisa extremamente valiosa e deve ser tratada de forma bastante cautelosa, para que se garanta que será sempre algo devidamente controlado e que salvaguardas apropriadas sejam observadas”, afirmou Tracey McDermott, que é chefe de crime financeiro da FSA.
Fonte: Bloomberg News, Valor Economico